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Lei que cria arbitragem é inspirada em um trabalho do Banco Mundial
DA REPORTAGEM LOCAL
A lei de arbitragem brasileira foi
inspirada em um trabalho técnico
do Banco Mundial -documento
nš 319-, de 1996, que discute a
necessidade de os países em desenvolvimento promoverem soluções alternativas para resolver
conflitos como opção à Justiça.
Foi a partir desse documento,
informa Luis Carlos Moro, presidente da Abrat (Associação Brasileira dos Advogados Trabalhistas), que o Brasil passou a editar
leis para incentivar a arbitragem
(lei nš 9.307/96) e também as Comissões de Conciliação Prévia (lei
nš 9.958/2000).
A Força Sindical é uma das centrais sindicais que incentivam as
empresas de arbitragem e as comissões de conciliação. Isso porque ela entende que essa é uma
forma de flexibilização das leis
trabalhistas. Assim como apóia a
reforma da CLT (Consolidação
das Leis do Trabalho.)
Alca
O interesse dos Estados Unidos
para que o Brasil flexibilize suas
leis trabalhistas, diz Moro, está relacionado com a Alca (Área de Livre Comércio das Américas). "Esse é um requisito de harmonização da legislação americana com a
brasileira. Eles querem é que as
empresas norte-americanas instaladas no país sejam geridas da
mesma maneira que as de lá."
Com a flexibilização das leis trabalhistas, diz, os americanos
acham que podem reduzir custos,
ter mais lucro, maior facilidade de
gestão e melhor adaptação ao
país. "Eles querem ganhar com a
transferência do valor da classe
trabalhadora para a classe empregadora", afirma Moro, que leu o
documento do Banco Mundial.
Para ele, no entanto, a flexibilização das leis trabalhistas vai debilitar o mercado interno porque
reduzirá a massa salarial e, em
consequência, reduzirá o consumo no país.
"Vai aumentar a concentração
de riqueza no Brasil, que já é alta.
O fato é que não dá para compatibilizar um sistema legal brasileiro,
de origem européia, com o norte-americano."
(FF e CR)
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