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Aumento em postos de SP chega a R$ 0,04
CÍNTIA CARDOSO
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
O aumento nos preços da gasolina e do álcool já chegou às bombas de alguns postos. O preço do
litro da gasolina subiu, em média,
entre R$ 0,03 e R$ 0,04 para o consumidor, informa o Sincopetro,
sindicato que reúne os postos no
Estado de São Paulo.
"As distribuidoras alegam que o
reajuste é reflexo do aumento do
preço do álcool anidro e que não
tem nada a ver com a alta do dólar
e do preço do petróleo. Mas o fato
é que ninguém quer aumento de
preço, seja por qual motivo for",
afirma José Alberto Paiva Gouveia, presidente do Sincopetro.
O Sincopetro reúne cerca de
8.300 estabelecimentos no Estado
de São Paulo. O presidente do sindicato diz que os donos de postos
temem que as vendas caiam ainda
mais com os novos preços.
Para Adriano Pires, do CBIE
(Centro Brasileiro de Infra-Estrutura), o repasse de 1,5% para o
preço final da gasolina está dentro
do esperado e não causou surpresa. "Na composição da gasolina
que é fornecida ao consumidor,
entram 25% de álcool anidro. Em
geral, quando o álcool aumenta
ou diminui de preço, essa variação acaba sendo sentida", diz.
Para o consultor, porém, essa alta do álcool deve ser passageira.
"Acreditamos que a produção da
próxima safra [de cana] será boa."
O auto posto Rezilo, localizado
no bairro da Pompéia, em São
Paulo, já está vendendo o litro de
álcool R$ 0,10 mais caro. O preço
foi de R$ 0,79 para R$ 0,89 para o
consumidor nesta semana.
"As vendas estão fracas. Mas só
na semana que vem vamos ver
mesmo o impacto na alta dos preços, já que, no final do mês, as
vendas são sempre mais fracas",
diz Giovani Cruz, frentista.
"Com certeza o consumo vai
cair assim que os preços subirem", afirma José Eduardo Ferreira, supervisor do posto Parque Jabaquara. Segundo ele, a BR Distribuidora deve subir os preços a
partir desta semana. "Nós pagamos para a distribuidora R$ 1,68
pelo litro da gasolina. O que ouvimos dizer é que esse valor deve
subir para R$ 1,70", diz.
De acordo com David Zylbersztajn, ex-diretor-geral da ANP
(Agência Nacional do Petróleo) e
sócio da DZ consultoria, é pouco
provável que os revendedores
consigam manter esse nível de repasse médio de 1,5%. "O mercado
já está muito justo. A concorrência deve fazer os preços caírem."
Quanto à dimensão do aumento, Zylbersztajn também afirma
que a proporção do reajuste foi
aceitável. "O mercado sucroalcoleiro está comportado. Não vi nada de excepcional no aumento."
Mas os preços da gasolina na
bomba ainda podem estar sujeitos a mais um foco de pressão.
Diante da manutenção do preço
do barril de petróleo em torno de
US$ 40 e com a cotação do câmbio em torno de R$ 3,20, analistas
dizem que o preço da gasolina nas
refinarias (tipo A) pode subir. "Isso pode acabar aumentando o
preço da gasolina tipo C [a vendida nos postos], mas ainda não dá
para dizer qual será o valor desses
aumentos", diz Pires.
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