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Mercado Aberto
Guilherme Barros
Consultor vê paradoxo no 2º governo de Lula
A quatro meses das eleições
presidenciais, e com as pesquisas de opinião apontando a vitória do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, os analistas em
geral têm sido muito pessimistas para o segundo mandato.
As previsões são de falta de
apoio no Congresso e paralisia
legislativa, o que tornaria difícil
a governabilidade. Há analistas
que consideram até a possibilidade de impeachment.
O economista José Márcio
Camargo, da Tendências, discorda. Em texto intitulado "O
paradoxo do segundo mandato", com o objetivo de avaliar a
probabilidade de a atual paralisia legislativa se perpetuar durante um possível segundo
mandato, ele afirma que a perspectiva de um segundo governo
Lula não parece ser tão pessimista quanto se tem sugerido.
Para o economista, esse cenário pessimista, de conflitos
permanentes no Congresso e
de pequeno apoio parlamentar,
seria viável caso o PT saia fortalecido das eleições e o senador
Aloizio Mercadante vença a
eleição paulista. Essa hipótese,
a seu ver, não é a mais provável.
No cenário mais provável, no
qual o PT sai enfraquecido e o
ex-prefeito José Serra vence as
eleições em São Paulo, Camargo diz que se deve esperar um
segundo mandato muito menos conturbado e com apoio
parlamentar ainda mais sólido
do que o primeiro.
Para se fortalecer politicamente, afirma Camargo, "o presidente precisa que seu partido
se enfraqueça, e esse é o paradoxo do segundo mandato".
O problema, segundo o economista, é que a eleição de
Mercadante em São Paulo fortaleceria o PT e o tornaria o
candidato natural à sucessão
em 2010, o que dificultaria uma
aproximação de Lula com o governador mineiro, Aécio Neves.
Já na hipótese de Lula e Serra
eleitos, o PT se enfraqueceria e
o governo teria mais chances de
contar com o apoio de Aécio.
PORTFÓLIO 5 ESTRELAS
A RCI, empresa de intercâmbio de férias, acaba de adicionar o Marina Palace (Leblon, Rio) a seu portfólio. Com
o negócio, o hotel fechará contratos de 10 a 15 anos com
turistas de todo o mundo. No outra mão, quem compra o
pacote pode hospedar-se em uma rede internacional de
4.000 hotéis e resorts de alto padrão. No Brasil, há 70 hotéis no sistema. "Com o Marina, esperamos um incremento de 15% no negócio", diz Alejandro Moreno, diretor
da RCI no Brasil. Em todo o mundo, a empresa movimenta US$ 10 bilhões por ano.
PASTA & NEGÓCIOS
Apaixonado por gastronomia, o ex-executivo Mauro Maia
deixou a carreira de mais de 25 anos na indústria química e
farmacêutica para se dedicar à cozinha. O chef comemora o
quarto ano de seu restaurante Supra. A casa, que tem Guido
Mantega como cliente -e foi cenário da comemoração da
posse do ministro-, acolhe o mundo dos negócios. Além de
um ambiente para o consumo de charutos, o restaurante
tem uma sala VIP para almoços e jantares de negócios, usada para abrigar reuniões de executivos, principalmente, de
bancos. Segundo Maia, a criação do espaço para reuniões é
"uma herança da experiência com o marketing, que faz pensar em criar pontos de diferenciação".
PARINTINS
A Coca-Cola investiu R$ 5
milhões no festival de Parintins (AM), que começa na
sexta. Entre as ações, está o
aluguel do Iberostar Grand
Amazon, barco-hotel cinco
estrelas que navegará com
120 convidados VIPs.
EFEITO CÂMBIO
O dólar baixo continua a
afetar o setor de plásticos
transformados. Em maio, as
importações atingiram o recorde de US$ 127,1 milhões,
enquanto as exportações ficaram em US$ 101,3 milhões
-altas de 21,4% e 6,7%, sobre abril, respectivamente.
O valor acumulado até maio
das importações mostra
que, entre 2002 e 2006, há
um crescimento médio
anual de 18%. No mesmo período, as exportações avançaram 24,3% ao ano, em média. A análise é da MaxiQuim
Assessoria de Mercado.
TV DIGITAL
O governo deve assinar
mesmo na quinta o acordo
para a adoção no país do padrão japonês de TV digital. O
decreto já está pronto no Palácio do Planalto. Nos últimos dias, no entanto, alguns
setores do governo manifestaram um certo descontentamento com os negociadores japoneses, depois de ter
ficado claro a escolha do padrão da TV digital. Os japoneses começaram a endurecer as negociações e a exigir
algumas vantagens adicionais. Entre eles, a isenção
tributária para a instalação
da fábrica de semicondutores e o aumento das importações de peças do Japão para a TV. Há até quem defenda, dentro do governo, o
adiamento da assinatura do
acordo com o país, uma decisão que não conta com o
apoio do ministro Hélio
Costa (Comunicações).
INFRA-ESTRUTURA
O presidente Lula quer
que as tão prometidas PPPs
saiam do papel de qualquer
jeito, o que não aconteceu
até agora. Hoje, Dilma Rousseff e Guido Mantega se reúnem para acertar a criação
do fundo de infra-estrutura,
uma alavanca cujo único objetivo é o de destravar as
PPPs. O fundo deverá ser
usado no segundo mandato.
MICROEMPRESA
A rentabilidade das vendas do comércio (lucro liquido/faturamento) é maior
nas micro e pequenas empresas do que nas grandes.
Nos últimos seis anos, a rentabilidade média desses tipos de empresa do comércio
foi de 3,5%, e das grandes, de
1,5%. O endividamento bancário também é pequeno:
36% das empresas do comércio, 35% da indústria e
41% do serviço têm dívida
entre zero e 40%, índice
considerado baixo. Os dados
constam de estudo que a Serasa divulgará amanhã, em
São Paulo, no lançamento da
campanha Micro e Pequenas Empresas: Plataforma
para Novos Negócios.
CONTRA-SENSO
Apesar da crise, a Varig
continua vendendo o seu
programa Smiles como se
nada estivesse acontecendo.
Segundo a empresa, o programa de fidelidade está
funcionando normalmente
para as rotas disponíveis.
ELEIÇÕES
Wagner Kamakura (Universidade de Duke, nos
EUA) e José Afonso Mazzon
(FIA) apresentam amanhã,
às 9h30, na USP, um sistema
de previsão de votos para o
segundo turno das eleições.
PEDRA DURA
A Abirochas (associação
de rochas ornamentais) e 34
empresas brasileiras expuseram na Coverings 2006,
feira de rochas, em Orlando
(EUA), mais de 470 tipos de
minerais, para cerca de 30
mil visitantes.
RUMOS
Marcel Solimeo (ACSP) e
Wilson Melo Netto (Wal-Mart) falam amanhã sobre
os rumos da economia, no
Fórum de Tendências Aliança do Brasil, a partir das
8h30 no hotel Intercontinental, em São Paulo.
LIXO ÚTIL
A AmBev, organizadora
do Skol Beats, destinou mais
de 14 toneladas de resíduos
gerados no evento -realizado em maio-, incluindo copos de plástico, latas, papéis,
garrafas PET e material de
cenografia, para reciclagem.
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