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VarigLog injeta verba diária para a Varig
Ex-subsidiária interessada em comprar a companhia aérea deposita US$ 3 mi para garantir fluxo de caixa por 24 horas
Justiça amplia prazo até amanhã para que VarigLog detalhe proposta; se não for aceita, valor transferido se tornará dívida da empresa
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A VarigLog depositou ontem
cerca de US$ 3 milhões (R$ 8
milhões) para garantir o fluxo
de caixa da Varig por 24 horas.
A empresa apresentou à Justiça na última sexta-feira uma
proposta de compra da companhia aérea no valor de US$ 485
milhões e que previa o aporte
de até US$ 20 milhões como recursos emergenciais para que a
Varig continuasse a operar até
a realização de um novo leilão
de venda da companhia.
A Justiça decidiu ampliar até
amanhã o prazo para que a VarigLog apresente maior detalhamentos sobre a proposta de
compra da empresa aérea.
De acordo com o juiz Paulo
Fragoso, que cuida do caso, faltam esclarecimentos sobre a situação da "antiga Varig", a parcela da empresa que permanece em recuperação judicial e
que mantém as dívidas.
A Varig volta a se reunir amanhã com a Justiça americana. O
juiz Robert Drain, da Corte de
Falências de Nova York, havia
condicionado a prorrogação da
liminar que protege os aviões
da companhia de arresto ao pagamento de US$ 75 milhões pelo vencedor do leilão da Varig
Operações, o que não ocorreu.
A VarigLog tem mantido conversas com empresas de leasing
e a sua proposta prevê a manutenção de uma frota de 30 aeronaves.
Segundo a Justiça, o pedido
de aumento de prazo foi feito
pela própria Varig para que os
credores e o administrador judicial possam estudar melhor a
oferta. Segundo a assessoria da
VarigLog, o valor depositado foi
menor do que o previsto porque ainda não há uma aceitação
formal da proposta pela Justiça.
De acordo com Marcelo Gomes, diretor da consultoria Alvarez & Marsal, que atua como
reestruturadora da Varig, os recursos já depositados serão
usados para o pagamento de
despesas correntes, como leasing e combustível.
A contrapartida que a VarigLog recebeu por adiantar recursos à Varig foi uma nota promissória. Se a VarigLog vencer
o novo leilão de venda da companhia, os recursos constarão
como um aporte. Se perder, a
Varig deverá pagar multa de
10% sobre o valor oferecido. A
empresa assinou ontem uma
confissão de dívida, o instrumento legal que caracteriza a
entrada do dinheiro como empréstimo.
BR Distribuidora
A BR Distribuidora informou
em nota que garante o fornecimento de combustível à Varig
até hoje em razão do pagamento antecipado. "Os planos da
companhia são de negociar um
cronograma de pagamento pelo menos até o final do mês de
julho", diz a nota.
Segundo Gomes, a partir de
hoje os pagamentos à BR serão
feitos com receitas decorrentes
do depósito da VarigLog. Se a
Deloitte avaliar que a proposta
da VarigLog é viável, a Justiça
deve marcar uma assembléia
de credores. Se os credores
concordarem com a oferta, deverá ocorrer um novo leilão.
O prazo para convocação de
assembléia previsto em lei é de
15 dias, mas em razão da urgência da situação da Varig, os credores poderão se reunir em
tempo recorde. "Cada dia sai
caro para a empresa. Vamos
marcar o leilão o mais rápido
possível", afirmou Fragoso.
Se ocorrer um leilão, a NV
Participações, empresa do TGV
(Trabalhadores do Grupo Varig) está proibida de participar.
A NV Participações foi a única a
apresentar proposta de compra
da Varig Operações, que reúne
linhas domésticas e internacionais, mas não foi capaz de cumprir o pagamento da primeira
parcela, de US$ 75 milhões,
dentro do prazo previsto no
edital.
A Folha apurou que o Aerus,
fundo de pensão dos funcionários da Varig e um dos principais credores da companhia,
pretende votar contra a proposta se ela não contemplar o
fundo de pensão. Advogados do
Aerus passaram a tarde de ontem reunidos com a Justiça.
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