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Odebrecht investirá com força no álcool
Empresa deve anunciar nesta semana entrada no setor de biocombustível em parceira com ex-presidente da Unica
Braskem, controlada pela Odebrecht, já anunciou na semana passada produção de polietileno "verde"
que precisará de álcool
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
A cana-de-açúcar, um dos
motivos da fundação da Odebrecht, volta novamente às
prioridades da empresa. Ela
anuncia amanhã a entrada no
setor de álcool, ramo cobiçado
no momento pelos principais
grupos empresariais.
A empresa a ser criada pretende ser grande e terá investimentos pesados, apurou a Folha. Eduardo de Carvalho Pereira, que até ontem dirigia a
Unica (União da Indústria Canavieira), entra como dirigente
e sócio no empreendimento.
Participam, ainda, outros
três investidores ligados à
CZRE (Clayton Miranda, Zenilton Melo, Roger Haybittle,
além de Eduardo), uma empresa criada após a saída de Pereira
da Unica. Odebrecht e Pereira
não quiseram comentar as informações.
Do início da década até ontem, Pereira esteve à frente da
Unica, entidade que começou a
ter projeção internacional com
o novo boom bioenergético.
O ex-presidente da Unica foi
um dos responsáveis pelas negociações entre indústrias automobilísticas e usinas para o
avanço do carro flex no Brasil, o
que deu novo fôlego à produção
de álcool no país. A maioria dos
novos carros vendidos hoje no
Brasil é flex, o que garante mercado ao biocombustível no médio prazo. E a experiência brasileira começa a ser copiada em
outras partes do mundo.
O início da Odebrecht remonta a 1918, quando Emílio
Odebrecht se transferiu do Rio
de Janeiro para Recife, cidade
que se modernizava e se expandia devido ao desenvolvimento
da economia canavieira. Em
1919, fundou a primeira empresa -a construtora Isaac Gondim e Odebrecht Ltda.
A Odebrecht terá ao menos
uma grande parceira na compra de produtos, a Braskem,
controlada pelo grupo, que
anunciou na semana passada a
produção do primeiro polietileno a partir de álcool de cana.
O polímero verde da Braskem -polietileno de alta densidade, uma das resinas mais utilizadas em embalagens flexíveis- deverá ser utilizado pelas
indústrias automobilística, de
embalagens alimentícias, de
cosméticos e de artigos de higiene pessoal, segundo a empresa.
O início da produção do polietileno "verde" em escala industrial está previsto para o final de 2009. A localização da fábrica que o produzirá ainda não
está definida.
A empresa terá capacidade
para produzir até 200 mil toneladas por ano, uma capacidade
que, quando implementada,
deve exigir a produção de pelo
menos seis usinas médias, segundo informação do setor.
Tendo como base a construção civil, a Odebrecht está
atualmente em vários segmentos, desde a petroquímica a
projetos de saneamento.
Internacionalização
Na década de 1980, a empresa intensificou seus negócios
no exterior, começando pela
construção da hidrelétrica de
Charcani V, no Peru. Na seqüência, a empresa foi para
Chile, Angola, Equador, Argentina, Portugal e EUA.
Um dos objetivos para 2010 é
tornar a Odebrecht uma empresa global. O álcool combustível, produto procurado hoje
por muitos países, deverá auxiliar nesse objetivo.
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