São Paulo, terça-feira, 27 de julho de 2004

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FREADA

Paralisação por melhores estradas vai durar até quinta

Greve dos caminhoneiros atinge 12 Estados e tem 35% de adesão

DA AGÊNCIA FOLHA

A paralisação nacional dos caminhoneiros teve adesão de 35% dos 400 mil profissionais da categoria e atingiu 12 Estados, segundo informou a Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros). A estimativa é que 185 mil caminhões deixaram de circular ontem no país.
Os caminhoneiros reivindicam a aplicação imediata de R$ 8 bilhões de recursos da Cide (Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico) na recuperação de rodovias. Desde 2003, já foram arrecadados R$ 18 bilhões, de acordo com a associação.
Os reflexos do primeiro dia da paralisação, que foi iniciada à 0h de ontem e deve durar até quinta-feira, foram poucos na maioria dos Estados.
Apenas no Rio Grande do Sul, onde a adesão chegou a 95%, houve registro de um episódio violento com um caminhão atingido por uma pedrada. Locais com importantes rotas de tráfego de caminhões, como o Paraná e o Mato Grosso do Sul, não aderiram.
O único incidente durante as manifestações foi em Pelotas (RS), na BR-392. Um caminhão que seguia viagem para Rio Grande foi apedrejado no vidro dianteiro. O suspeito da ação foi preso.
Em Goiás, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) registrou redução de 30% no volume médio de caminhões que trafegam diariamente na BR-153, principal rodovia federal do Estado.
Para a Associação dos Caminhoneiros de Goiás, cerca de 70% da frota pertencente às empresas de logística e transporte do Estado, que é de 30 mil veículos, conforme a associação, parou ontem.
Segundo o presidente da Associação dos Caminhoneiros do Estado, Amin Oliveira Silva, a recuperação das rodovias pode reduzir o custo do frete em até 40%.
Segundo o presidente do Sindicam (Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens) do Espírito Santo, Sebastião Gomes Rodrigues, no Estado, 3.600 motoristas autônomos devem deixar de rodar. A paralisação deveria atingir cerca de 70% da categoria, segundo o sindicato. Rodrigues disse que as 72 horas de protesto devem ser pacíficas.
Em Santa Catarina, o movimento foi mais forte na região de Lages, onde os caminhoneiros ameaçavam bloquear trechos das BRs 116, 470 e 282.
No Estado do Rio, de acordo com a PRF, ocorreu somente uma paralisação na BR-393 (Rio-Bahia), no município de Três Rios (a 120 km do Rio). Os caminhoneiros não interromperam o trânsito da via, apenas se concentraram em um posto de gasolina da região. No Estado de São Paulo, a adesão foi de 20%.
A paralisação não é apoiada pela Frente Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas, integrada por oito entidades de caminhoneiros e empresários.


Colaboraram a Reportagem Local e a Sucursal do Rio


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