São Paulo, terça-feira, 27 de julho de 2004

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COMÉRCIO

Negociador dos EUA pede "abertura substancial" para retomar rodada de liberalização comercial; prazo vence dia 31

Acordo na OMC será difícil, prevê Zoellick

DA REDAÇÃO

Representante americano para o comércio exterior e negociador-chefe do país, Robert Zoellick disse ontem que os EUA não aceitarão um acordo para destravar a Rodada Doha sem que haja uma "abertura substancial" nas áreas agrícola, de bens e de serviços.
"Ainda temos muitos obstáculos. Com 147 países na OMC [Organização Mundial do Comércio], alcançar um consenso é muito difícil. Mas não aceitaremos um acordo apenas para o bem das negociações. Para honrar a proposta de Doha, deverá haver abertura substancial em agricultura, bens e serviços", disse Zoellick.
O americano estará hoje e amanhã em Genebra, sede da OMC, para discutir o esboço do documento que vai conduzir as negociações da Rodada Doha, o mais recente movimento de liberalização comercial, lançada no Qatar em 2001 e que está travada.
Cerca de 30 ministros de Comércio são esperados nesta semana em Genebra. No sábado, dia 31, acaba o prazo estabelecido pela OMC para a retomada das discussões, pois a percepção é que as eleições presidenciais americanas e mudanças de governo em outros países deixarão as conversas suspensas ao menos até 2005.
Apresentado há dez dias pela OMC, o esboço chegou a receber a aprovação condicional de dois dos principais negociadores, Brasil e União Européia, que, no entanto, não abrem mão de alguns pontos específicos.

Desequilíbrio
Os europeus voltaram ontem a externar preocupação com o que classificam de desequilíbrio do documento da OMC: a possibilidade de que, enquanto eliminam seus subsídios à exportação agrícola, outros países desenvolvidos, em especial os EUA, mantenham seus mecanismos de ajuda de forma disfarçada, como créditos para a exportação.
Os europeus ainda acreditam que o esboço tem foco exagerado no tema agrícola e pedem atenção a questões como acesso a mercados, segundo a imprensa local.
Um comunicado de ministros das áreas de comércio e de relações exteriores da UE deu suporte ontem à posição de negociador de Pascal Lamy, comissário europeu para o comércio, mas ressaltou a necessidade de "melhorar o equilíbrio do esboço [da OMC]".
A reunião ministerial havia sido um pedido da França, país europeu que mais tem demonstrado preocupação com as concessões do bloco na área agrícola.


Com agências internacionais

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