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folhainvest
Estrangeiros respondem por 38% do movimento da Bolsa
Volume de capital estrangeiro no país é recorde; ações acompanham fluxo externo
Analista lembra que há risco
de fuga rápida de capital
externo; após saída recorde
de 2008, estrangeiro trouxe
R$ 10,7 bi à Bovespa no ano
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A representatividade dos estrangeiros nas operações realizadas na BM&FBovespa não
para de aumentar. Neste mês, o
capital externo alcançou a marca inédita de 38% de participação no total movimentado no
mercado acionário doméstico.
A vinda desses recursos externos tem seu caráter favorável, pois oferece fôlego extra às
ações brasileiras. Mas analistas
veem um problema importante
nesse movimento: a qualquer
sinal de piora no cenário internacional, o estrangeiro pode fugir com rapidez do mercado nacional, derrubando a Bolsa.
Levantamento realizado pela
Folha com base nos últimos 30
meses mostra a influência das
decisões dos estrangeiros na
Bolsa. Em 75% dos meses, o resultado da Bovespa (alta ou
baixa) ficou em linha com o saldo dos negócios externos. Ou
seja, na maioria dos meses em
que os estrangeiros mais venderam que compraram ações, a
Bolsa caiu. E vice-versa.
"Esse capital, de caráter mais
especulativo, vem e vai com
muita velocidade. Vimos bem
isso no segundo semestre do
ano passado, com a saída forte
de recursos externos no período de agravamento da crise
econômica", diz José Augusto
Miranda, chefe da mesa de
operações da HSBC Corretora.
No ano passado, o balanço
das operações dos estrangeiros
ficou negativo em R$ 24,63 bilhões, pior resultado da história. Para a Bolsa, 2008 encerrou com perdas de 41,22%, o
mais fraco ano desde 1972.
Se a crise não foi superada,
ao menos há a sensação de que
o pior ficou para trás, o que favorece o mercado acionário. Os
estrangeiros trouxeram líquido
em 2009 para a Bolsa, que já
subiu 45%, R$ 10,65 bilhões.
Alexandre Lintz, estrategista-chefe para América Latina
do banco BNP Paribas, diz que
existe uma "ampla liquidez" no
mercado internacional e que
"há espaço para o fluxo" para o
país se manter, especialmente
se mantido o baixo nível dos juros praticados hoje.
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