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Otimismo infla fundos de ações emergentes
Captação no ano alcança US$ 32 bi; todas as dez Bolsas de melhor desempenho atualmente estão em países em desenvolvimento
Maiores aberturas de capital do mundo neste ano foram na China e no Brasil, o que reflete o crescente poder dos BRICs, diz especialista
DA "BLOOMBERG"
Os fundos de ações de mercados emergentes atraíram US$
2,6 bilhões na semana passada,
impulsionados pelo otimismo
de que a demanda dos EUA pelos produtos de exportação
desses países vai se recuperar,
segundo relatório divulgado
pela EPFR Global.
Os aportes para os fundos de
ações dos mercados emergentes foram os maiores desde o
período encerrado a 10 de junho, segundo a empresa de pesquisa. Os fundos de ações dos
mercados emergentes mundiais atraíram US$ 1,08 bilhão,
enquanto os que investem em
ações asiáticas, com exceção
das do Japão, absorveram US$
973 milhões.
Os investidores canalizaram
quase US$ 32 bilhões para os
fundos de ações dos mercados
emergentes neste ano, contribuindo para que o índice MSCI
de mercados emergentes registrasse uma alta de 45%. Todas
as dez Bolsas de melhor desempenho do mundo operam em
países em desenvolvimento.
"Os fluxos para fundos de
ações dos mercados emergentes se recuperaram na terceira
semana de julho, quando o otimismo em torno da revitalização da demanda dos EUA ajudou muitas Bolsas a subirem",
disse a EPFR.
Os fundos que investem no
grupo de países conhecido como BRIC -Brasil, Rússia, Índia
e China- computaram um
acréscimo de US$ 2,1 bilhões,
encerrando sua 18ª semana
consecutiva de alta, disse a
EFPR. Os fundos chineses foram os que contabilizaram a
maior alta, ao absorver US$
243 milhões, enquanto os fundos indianos atraíram US$ 148
milhões.
Para os fundos de renda fixa,
a semana também foi positiva,
com termos de aportes, ao
atrair US$ 3,98 bilhões, disse
no relatório a EPFR.
Estreias de destaque
Os dois maiores IPOs (oferta
pública inicial de ações) realizados neste ano ocorreram na
China e no Brasil, o que reflete
o "crescente" poder dos BRICs.
A avaliação é de Barton Biggs,
diretor do fundo de hedge Traxis Partners LP, sediado em
Nova York, e ex-estrategista
mundial do Morgan Stanley.
A China State Construction
Engineering Corp., a maior
construtora residencial do país,
levantou na semana passada 16
bilhões de yuans (o equivalente
a US$ 7,3 bilhões) em Xangai,
na maior IPO dos últimos 16
meses. A Cia. Brasileira de
Meios de Pagamento, a subsidiária brasileira da Visa Inc.,
conhecida como VisaNet, embolsou R$ 8,4 bilhões em sua
oferta realizada em junho na
Bolsa de Valores de São Paulo.
"Sem dúvida, isso mostra o
crescente poder dos BRICs",
disse Biggs, em entrevista concedida de Nova York. "Está claro que os BRICs são as grandes
áreas de crescimento do mundo e que precisarão de muito
capital externo."
Apetite pelo risco
As empresas dos países que
compõem o bloco BRIC estão
capitalizando o crescente apetite do investidor por ativos de
maior risco, num momento em
que a economia mundial se recupera da recessão, a pior desde a Segunda Guerra Mundial.
China e Brasil são os dois países de melhor desempenho entre as 20 maiores Bolsas mundiais, segundo dados coletados
pela Bloomberg.
Os IPOs de China e Brasil
chamam a atenção para "o fato
de que a demanda por ativos de
emergentes continua sólida e
de que as empresas, principalmente as dos mercados dos
BRICs, estão usando a melhora
das Bolsas para obter capital",
diz Vinicius Silva, estrategista
do Morgan Stanley.
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