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TRANSPORTES
Sindicato diz que 45% da categoria aderiu à greve contra alta do pedágio e situação das estradas
Caminhoneiros iniciam paralisação
da Sucursal do Rio,
da Agência Folha e das Regionais
Caminhoneiros iniciaram uma
greve ontem em várias rodovias
do país. A paralisação, que bloqueou alguns trechos, prejudicando o tráfego, foi um protesto
contra o reajuste dos pedágios e
as condições das estradas, entre
outras reivindicações.
O sindicalista Nélio Botelho,
designado porta-voz do Movimento União Brasil Caminhoneiro, que lidera a paralisação da categoria, disse que cerca de 45% do
1,5 milhão de caminhoneiros do
país aderiram à proposta de parar
por uma semana.
Botelho, que é presidente do
Sindicato dos Caminhoneiros do
Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia, afirmou que
a quase totalidade da adesão foi
de motoristas que atuam no tráfego de longa distância, correspondentes à metade da categoria.
A outra metade, que atua no
transporte em centros urbanos,
praticamente não aderiu, disse.
Segundo o sindicalista, o movimento era mais forte ontem nas
estradas do interior de São Paulo.
do Sul do país e do Rio de Janeiro.Botelho disse que nem o Movimento União Brasil Caminhoneiro nem o sindicato que ele preside têm vinculação com as centrais sindicais existentes no país.
As principais reivindicações
dos caminhoneiros são: criação
de uma tarifa de fretes com base
em planilhas de custos, pedágio
de R$ 1,00 por eixo em todo o
país, perda de pontos por infração de trânsito diferenciada, recuperação de rodovias e incentivo à renovação da frota.
Botelho reclamou que o ministros dos Transportes, Eliseu Padilha, que estava ontem no Rio, não
fez contato com a categoria.
O ministro disse que não foi
procurado pelos caminhoneiros
e que está aberto ao diálogo. Afirmou também estar preocupado
com os efeitos da greve sobre a
abastecimento.
Sobre a recuperação das estradas, Padilha disse que, embora o
orçamento do ministério tenha
caído de R$ 4,1 bilhões para menos de R$ 2 bilhões de 98 para 99,
os recursos para conservação e sinalização de estradas aumentaram de R$ 36 milhões no ano passado para R$ 312 milhões em 99.
Caminhoneiros gaúchos que
aderiram ao movimento promoveram ontem bloqueio em diversas rodovias federais no Rio
Grande do Sul.
Na BR-386, conhecida como
"estrada da produção", que liga a
região metropolitana ao norte do
Estado, houve pelo menos quatro
pontos de bloqueio.
Cerca de 4.000 caminhoneiros
paralisaram ontem suas atividades em 11 trechos no Paraná.
Os caminhoneiros paravam
seus veículos no acostamento e
obrigavam colegas a aderir.
Na cidade portuária de Paranaguá, que tem grande concentração de caminhoneiros de todas as
parte dos país, a paralisação formou uma fila de três quilômetros
em ambos os sentidos da estrada.
Em São Paulo, um protesto de
pelo menos 250 caminhoneiros
provocou congestionamento de
34 quilômetros no sentido interior-capital da rodovia Anhanguera, entre Sumaré e Limeira
(156 km da capital). No sentido
capital-interior, a pista ficou nove
quilômetros paralisada, segundo
a Polícia Rodoviária.
Na região de Ribeirão Preto,
perto da cidade de Porto Ferreira
(230 km de São Paulo), cerca de
3.000 caminhões pararam na rodovia Anhanguera.
Entre Ribeirão Preto e Bebedouro, também houve protesto.
Uma fila de 3 quilômetros foi registrada no acostamento.
A AutoBAn, empresa responsável pela administração da rodovia
reajustou em 8,09%, em média,
as tarifas dos pedágios.
O diretor de tráfego da AutoBAn, Fábio Abrita, esteve no local
do protesto e disse que o valor da
tarifa está previsto na licitação
das rodovias e que a pesagem dos
caminhões é feita de acordo com
o novo código de trânsito.
Motoristas chegaram a ficar parados na pista por mais de duas
horas em razão do protesto.
A Associação Nacional do
Transporte Rodoviário de Cargas
(NTC), que reúne cerca de 12 mil
transportadoras, divulgou nota
sobre o protesto de caminhoneiros dizendo que considera justas
as reivindicações.
A entidade, porém, não apóia a
realização de bloqueios e aconselhou as empresas filiadas a evitar
que funcionários participassem
dos protestos.
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