São Paulo, terça-feira, 27 de agosto de 2002

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PARADÃO

Segundo federação, 14 Estados, além do DF, foram atingidos pela manifestação; em SP, 80% dos autônomos pararam

Caminhoneiros param o porto de Santos

DA AGÊNCIA FOLHA

A greve nacional dos caminhoneiros recebeu ontem adesões de transportadores autônomos de 14 Estados, além do Distrito Federal, segundo informou a federação da categoria. O movimento praticamente parou o porto de Santos.
De acordo com o coordenador do movimento em São Paulo, Heraldo Gomes de Andrade, a adesão ao "paradão" foi de 80% no Estado, que reúne a maioria dos transportadores autônomos do país -cerca de 420 mil, de um total de 1,23 milhão.
As principais reivindicações são basicamente as mesmas do movimento deflagrado em julho de 1999: adoção de uma tabela nacional de fretes, redução de 30% e congelamento por seis meses do preço do óleo diesel, transferência das multas e do custo dos pedágios para as transportadoras e mais segurança nas estradas.
Ontem, o movimento praticamente interrompeu o trânsito de caminhões na faixa do porto de Santos (SP), o maior do país. As operações de carga e descarga somente não pararam totalmente devido ao volume de mercadorias estocado nos armazéns do cais. Pelo menos sete navios não puderam operar.
Segundo relatório da estatal Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), a paralisação foi "praticamente plena". De acordo com a empresa, administradora do porto, o fluxo diário de caminhões em Santos é de 5.000 veículos, dos quais 1.400 destinados aos terminais de contêineres.
Para a Guarda Portuária, que realiza rondas periódicas no cais, o movimento de caminhões caiu até 90% ontem.
Os sindicatos de autônomos em todo o país orientaram os transportadores a permanecer em casa ou estacionados nos pátios -sem promover manifestações ou bloqueios de rodovias- até que o governo responda às reivindicações dos caminhoneiros, o que é esperado para hoje.
Apesar disso, o Sindisan (Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do Litoral) informou terem ocorrido piquetes no "retão" da Alemoa e no cais do Saboó, em Santos, e na rua do Adubo, no Guarujá.
Por isso, temendo prejuízos, a maioria das empresas (que eventualmente contratam autônomos) não colocou nas ruas os caminhões de suas frotas.
No Paraná, o sindicato da categoria estimou a adesão em 70% dos 80 mil autônomos, índice confirmado nos balanços de tráfego das concessionárias de rodovias do Estado.
No pátio de caminhões do porto de Paranaguá, apenas 150 esperavam pela descarga no início da tarde de ontem. Na segunda-feira da semana passada, eram 1.300 os caminhões esperando na fila para descarregar.
No Rio Grande do Sul, grevistas montaram uma barreira na BR-101, no município de Três Cachoeiras, mas a adesão foi inferior à de outros Estados. Em um incidente isolado, um grevista atirou pedras em um caminhoneiro que furou o bloqueio.
Nos postos de fiscalização de ICMS em Vacaria e Torres, o fluxo de cargas diminuiu 20%. No porto de Rio Grande, não se registrou alteração na movimentação de caminhões.


Segundo os sindicalistas, a paralisação envolveu, além dos paulistas, caminhoneiros de Goiás, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Paraíba, Pernambuco e Ceará


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