|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PARADÃO
Segundo federação, 14 Estados, além do DF, foram atingidos pela manifestação; em SP, 80% dos autônomos pararam
Caminhoneiros param o porto de Santos
DA AGÊNCIA FOLHA
A greve nacional dos caminhoneiros recebeu ontem adesões de
transportadores autônomos de 14
Estados, além do Distrito Federal,
segundo informou a federação da
categoria. O movimento praticamente parou o porto de Santos.
De acordo com o coordenador
do movimento em São Paulo, Heraldo Gomes de Andrade, a adesão ao "paradão" foi de 80% no
Estado, que reúne a maioria dos
transportadores autônomos do
país -cerca de 420 mil, de um total de 1,23 milhão.
As principais reivindicações são
basicamente as mesmas do movimento deflagrado em julho de
1999: adoção de uma tabela nacional de fretes, redução de 30% e
congelamento por seis meses do
preço do óleo diesel, transferência
das multas e do custo dos pedágios para as transportadoras e
mais segurança nas estradas.
Ontem, o movimento praticamente interrompeu o trânsito de
caminhões na faixa do porto de
Santos (SP), o maior do país. As
operações de carga e descarga somente não pararam totalmente
devido ao volume de mercadorias
estocado nos armazéns do cais.
Pelo menos sete navios não puderam operar.
Segundo relatório da estatal Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), a paralisação foi
"praticamente plena". De acordo
com a empresa, administradora
do porto, o fluxo diário de caminhões em Santos é de 5.000 veículos, dos quais 1.400 destinados aos
terminais de contêineres.
Para a Guarda Portuária, que
realiza rondas periódicas no cais,
o movimento de caminhões caiu
até 90% ontem.
Os sindicatos de autônomos em
todo o país orientaram os transportadores a permanecer em casa
ou estacionados nos pátios -sem
promover manifestações ou bloqueios de rodovias- até que o
governo responda às reivindicações dos caminhoneiros, o que é
esperado para hoje.
Apesar disso, o Sindisan (Sindicato das Empresas de Transporte
de Carga do Litoral) informou terem ocorrido piquetes no "retão"
da Alemoa e no cais do Saboó, em
Santos, e na rua do Adubo, no
Guarujá.
Por isso, temendo prejuízos, a
maioria das empresas (que eventualmente contratam autônomos) não colocou nas ruas os caminhões de suas frotas.
No Paraná, o sindicato da categoria estimou a adesão em 70%
dos 80 mil autônomos, índice
confirmado nos balanços de tráfego das concessionárias de rodovias do Estado.
No pátio de caminhões do porto
de Paranaguá, apenas 150 esperavam pela descarga no início da
tarde de ontem. Na segunda-feira
da semana passada, eram 1.300 os
caminhões esperando na fila para
descarregar.
No Rio Grande do Sul, grevistas
montaram uma barreira na BR-101, no município de Três Cachoeiras, mas a adesão foi inferior
à de outros Estados. Em um incidente isolado, um grevista atirou
pedras em um caminhoneiro que
furou o bloqueio.
Nos postos de fiscalização de
ICMS em Vacaria e Torres, o fluxo de cargas diminuiu 20%. No
porto de Rio Grande, não se registrou alteração na movimentação
de caminhões.
Segundo os sindicalistas, a paralisação envolveu, além dos paulistas, caminhoneiros de Goiás, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Paraíba, Pernambuco e Ceará
Texto Anterior: Vendas e construção negam "sinais de recuperação" Próximo Texto: Governo não comenta a paralisação Índice
|