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São Paulo, quarta-feira, 27 de agosto de 2003

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Contratos podem ter reajuste de até 45%

SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os usuários de planos individuais de saúde correm o risco de ter suas mensalidades reajustadas em até 45,37%. Essa é a defasagem acumulada entre os reajustes de preços do setor desde 1995 e o IGP-M, segundo a Abramge (Associação Brasileira das Empresas de Medicina de Grupo).
A recuperação dos preços poderá ser uma das principais consequências da liminar concedida na semana passada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) que suspende a aplicação da lei dos planos de saúde para os contratos antigos, dizem analistas.
Com a liminar, os reajustes não serão mais submetidos à ANS (Agência Nacional de Saúde) e voltam a valer os índices previstos nos contratos originais. "A ANS estabeleceu um controle de preços sobre os planos individuais, concedendo reajustes abaixo da inflação. Agora, as empresas tentarão recuperar o terreno perdido", diz Walter Graneiro, sócio-diretor da Capitólio Consulting.
A medida poderá atingir entre 7 milhões e 9 milhões de pessoas que contrataram planos individuais antes da aprovação da lei nš 9.656, segundo a Abramge.
A entidade considera que não há espaço para elevar preços. "O setor perdeu 6 milhões de usuários, que ficaram sem emprego e deixaram os planos coletivos nos últimos anos", diz Arlindo de Almeida, presidente da entidade. "Creio que as empresas de bom senso chamarão os clientes dos planos antigos para negociar."
Outra consequência da medida é a possibilidade de exclusão dos usuários idosos. A liminar permite que as empresas rompam unilateralmente os contratos e aumentem os preços aos idosos sem consulta à ANS.
"A lei protegia o consumidor, e a ANS raramente concedia aumentos para quem tinha mais de 60 anos", diz Graneiro. "Agora, as empresas poderão "apertar" os idosos, pois não têm interesse em mantê-los. E sua única defesa será o Código do Consumidor."


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