São Paulo, segunda-feira, 27 de agosto de 2007

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Divulgação de dados deve orientar os mercados

Ata da última reunião do Fed é aguardada por analistas

DA REPORTAGEM LOCAL

Após a recuperação da semana passada, os investidores devem iniciar os negócios desta semana mais otimistas. Mas, com o grande número de eventos econômicos agendados para os próximos dias, os mercados tendem a ter pregões de bastante oscilação.
Nos Estados Unidos, serão divulgados dados do setor imobiliário, de inflação e da atividade econômica. Além disso, haverá a apresentação da ata da última reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), que aconteceu no dia 7 deste mês e teve como resultado a manutenção da taxa básica do país em 5,25% anuais.
A ata do Fed vai ser divulgada amanhã, e os analistas esperam que traga sinais sobre os próximos passos da autoridade monetária americana.
Com a crise que tem abalado os mercados mundiais nas últimas semanas, cresceu a pressão para que o Federal Reserve reduza os juros básicos do país. O próximo encontro do Fomc (o Copom do banco central americano) acontecerá apenas no dia 18 de setembro.
Ainda amanhã, os investidores irão se deparar com outros dados econômicos relevantes, como o índice do setor manufatureiro apurado pelo Fed regional de Richmond e o índice de confiança do consumidor norte-americano.
Mais uma vez, os investidores vão conhecer dados computados pela MBA (associação que representa os bancos de financiamento imobiliário nos EUA), que serão divulgados na quarta-feira. Como o desempenho do mercado imobiliário da maior economia do mundo tem estado no centro das atenções, qualquer desvio das projeções pode afetar novamente o humor dos investidores.

Inflação
No Brasil, o destaque de quarta-feira será o IGP-M de agosto. A expectativa é a de que marque inflação de 0,70% -ante 0,28% no mês anterior.
Com a disparada do dólar, que chegou a ser negociado a R$ 2,13 há cerca de dez dias, os analistas voltaram a discutir os riscos da elevação do câmbio sobre a inflação.
Porém, como o dólar acabou arrefecendo nos últimos dias -recuou para R$ 1,944 na sexta-feira-, a temida pressão inflacionária pode acabar não se concretizando.
Se a inflação subir de forma mais consistente, a ponto de ameaçar a meta inflacionária oficial, o Banco Central pode encerrar o processo de redução da taxa básica de juros, a Selic, que hoje está em 11,5%.
Dados inflacionários também serão conhecidos nos EUA. Na sexta-feira, o governo vai divulgar o PCE (índice dos gastos pessoais do consumidor americano). A relevância desse indicador está no fato de ser o preferido pelo Fed para acompanhar o consumo no país.
Na sexta-feira passada, o Departamento de Comércio norte-americano divulgou que as vendas de imóveis residenciais novos no país tiveram crescimento de 2,8% em julho, superando as expectativas de boa parte dos analistas.
A reação das Bolsas foi positiva, com altas registradas nas principais praças financeiras nos pregões de sexta-feira.
O mercado financeiro mundial tem sido afetado de forma mais intensa, há pouco mais de um mês, pela crise que abala o segmento de crédito imobiliário de alto risco dos EUA -chamado de "subprime".
O que tem preocupado os investidores é o poder de contaminação dessa crise nos resultados de fundos de investimento -que aplicaram em títulos do setor imobiliário- e de grandes instituições financeiras internacionais, com uma eventual crise de crédito.

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