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C-Bonds têm menor nível em 2 anos
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O valor dos títulos da dívida
brasileira no mercado internacional caiu para seu menor nível desde outubro de 99. A desvalorização dos papéis desde os atentados
nos Estados Unidos, no dia 11, já
está em 8,5%. Somente ontem, as
perdas foram de 1,7%.
A queda no valor dos C-Bonds
indica que os investidores passaram a confiar menos na capacidade do Brasil honrar sua dívida. Os
papéis agora estão cotados a US$
0,6563. No ano, a desvalorização
está em 15,2%.
A venda dos C-Bonds ontem foi
motivada pela afirmação da agência de classificação Standard &
Poor's (S&P), de que o país é candidato a um rebaixamento de risco em breve. O relatório do FMI
(Fundo Monetário Internacional), que aponta queda na projeção de crescimento da economia
brasileira e latino-americana neste ano, também repercutiu negativamente.
"A preocupação com a possibilidade de um "downgrade" [risco
de queda na classificação dos títulos da dívida" para o Brasil aumentou as vendas nos últimos
dias", afirma Felipe Brandão, diretor de mercados emergentes da
López Léon.
As instituições financeiras direcionam suas compras atentas às
notas que as agências conferem
aos papéis. A baixa de classificação (ou sua perspectiva) faz os administradores de fundos venderem os títulos.
Com as vendas maiores, a taxa
de risco dos C-Bonds cresceram.
No dia dos atentados, a taxa era de
993 pontos básicos. Ontem, fechou em 1.248 pontos básicos.
Essa taxa de risco -conhecida
no jargão financeiro como
"spread over Treasury"- é a diferença nos juros pagos nos C-bonds e nos pagos por papéis do
Tesouro norte-americano de prazo semelhante de vencimento.
Desde os atentados, os FRBs,
papéis da dívida argentina, tiveram perdas semelhantes. No período, a desvalorização dos papéis
argentinos ficou em 8,4%. Ontem,
eram vendidos a US$ 0,6950.
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