São Paulo, quinta-feira, 27 de setembro de 2001

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C-Bonds têm menor nível em 2 anos

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O valor dos títulos da dívida brasileira no mercado internacional caiu para seu menor nível desde outubro de 99. A desvalorização dos papéis desde os atentados nos Estados Unidos, no dia 11, já está em 8,5%. Somente ontem, as perdas foram de 1,7%.
A queda no valor dos C-Bonds indica que os investidores passaram a confiar menos na capacidade do Brasil honrar sua dívida. Os papéis agora estão cotados a US$ 0,6563. No ano, a desvalorização está em 15,2%.
A venda dos C-Bonds ontem foi motivada pela afirmação da agência de classificação Standard & Poor's (S&P), de que o país é candidato a um rebaixamento de risco em breve. O relatório do FMI (Fundo Monetário Internacional), que aponta queda na projeção de crescimento da economia brasileira e latino-americana neste ano, também repercutiu negativamente.
"A preocupação com a possibilidade de um "downgrade" [risco de queda na classificação dos títulos da dívida" para o Brasil aumentou as vendas nos últimos dias", afirma Felipe Brandão, diretor de mercados emergentes da López Léon.
As instituições financeiras direcionam suas compras atentas às notas que as agências conferem aos papéis. A baixa de classificação (ou sua perspectiva) faz os administradores de fundos venderem os títulos.
Com as vendas maiores, a taxa de risco dos C-Bonds cresceram. No dia dos atentados, a taxa era de 993 pontos básicos. Ontem, fechou em 1.248 pontos básicos.
Essa taxa de risco -conhecida no jargão financeiro como "spread over Treasury"- é a diferença nos juros pagos nos C-bonds e nos pagos por papéis do Tesouro norte-americano de prazo semelhante de vencimento.
Desde os atentados, os FRBs, papéis da dívida argentina, tiveram perdas semelhantes. No período, a desvalorização dos papéis argentinos ficou em 8,4%. Ontem, eram vendidos a US$ 0,6950.


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