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Dividendos de estatais chegam a R$ 9,6 bi de janeiro até agosto
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Tesouro Nacional já recebeu R$ 9,6 bilhões em dividendos de empresas estatais neste
ano, mas o efeito sobre o superávit primário do governo foi de
só R$ 1,057 bilhão. Só no mês
passado, o Tesouro recebeu R$
2,9 bilhões em dividendos.
O secretário do Tesouro,
Carlos Kawall, explicou que o
impacto sobre as contas do setor público consolidado é muito menor porque o dividendo
pago por empresas não-financeiras, como a Eletrobrás e a
Petrobras, a acionistas do setor
privado é considerado déficit
para fins contábeis. Apenas o
resultado das estatais financeiras, como Banco do Brasil e
BNDES, significam ganho para
o Tesouro.
"É uma receita relevante [os
dividendos], não há dúvida,
mas não é a mesma coisa quando comparamos o resultado do
Tesouro", explicou Kawall.
Os bancos não fazem parte
do setor público não-financeiro, conceito usado para calcular
o resultado das contas públicas.
Dessa forma, quando os recursos dessas companhias entram
no caixa do governo, são contabilizados como receita nova e
aumentam o superávit primário. Neste ano, esses repasses
totalizaram R$ 6,270 bilhões
dos R$ 9,6 bilhões que o Tesouro recebeu.
Detalhamento
Quando as estatais não-financeiras que têm acionistas
privados pagam a seus sócios, a
despesa é contabilizada como
déficit no Tesouro. Até agosto,
esses pagamentos já representaram R$ 5,213 bilhões e não
estão nas estatísticas do Tesouro Nacional porque esse dinheiro não passa pelo caixa do
governo, vai direto para o setor
privado.
O detalhamento do impacto
que os dividendos têm sobre o
resultado das contas públicas é
uma tentativa do governo de
rebater críticas sobre a dependência excessiva dessas receitas para a formação do superávit primário.
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