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Distribuição de linhas da Varig é suspensa de novo
TRF reconsidera decisão que permitia à Anac redistribuir rotas internacionais
Companhia obteve portaria de funcionamento jurídico, que permite que se registre como empresa e é primeiro passo para obter concessão
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Tribunal Regional Federal
da 2ª Região reconsiderou uma
decisão anterior que permitia à
Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil) redistribuir as linhas da Varig. Dessa forma, a
distribuição de linhas internacionais que não serão usadas na
primeira etapa do plano de linhas apresentado pela companhia fica suspensa, assim como
a distribuição de "slots" (espaços de pouso e decolagem) no
aeroporto de Congonhas (SP).
A 5ª Turma Especializada do
TRF-2ª Região entendeu que
questões relacionadas à recuperação financeira de empresas são de competência da Justiça Estadual, conforme o artigo 109 da Constituição.
"As linhas de uma empresa
aérea são seu maior patrimônio
e não, como se poderia imaginar, as aeronaves, visto que elas
na maioria das vezes são arrendadas, ou seja, não pertencem
de fato à empresa", diz, em trecho da decisão, o desembargador Paulo Espírito Santo.
Segundo o desembargador,
embora a Anac seja uma autarquia federal, sua função é exclusivamente adotar políticas e
procedimentos para o mercado
de aviação civil e, dessa forma,
não teria competência para decidir sobre problemas envolvendo falência ou recuperação
financeira de empresas.
"Há uma decisão judicial que
determina a paralisação da distribuição das rotas. Ela tem
efeito retroativo", disse o juiz
Luiz Roberto Ayoub, da 1ª Vara
Empresarial, em alusão à distribuição de linhas para Itália,
França, México e Uruguai, entre outros destinos, anunciada
pela Anac semana passada.
Ontem, em conferência com
a imprensa, o presidente do
conselho da VarigLog, Marco
Antonio Audi, disse que a Varig
ainda não havia tomado conhecimento da decisão.
A Varig conseguiu obter, anteontem, a autorização de funcionamento jurídico, primeiro
passo para o reconhecimento
como empresa de transporte
aéreo. Segundo a Anac, a empresa passará agora por uma
análise de suas condições operacionais para obter o Cheta
(Certificado de Homologação
de Empresa de Transporte Aéreo). Depois disso, será submetida a uma análise financeira,
jurídica e econômica para enfim obter a concessão de vôo.
Certificado
Com a autorização, a Varig
poderá se registrar como empresa na Junta Comercial do
Rio de Janeiro. Sobre a possibilidade de concluir, a partir da
autorização concedida anteontem, a compra de 14 aeronaves
modelo Boeing-737, Audi disse
que a companhia ainda aguardará o Cheta e a concessão.
"A empresa ainda voa como
Varig antiga. Se compramos o
avião e o Cheta não sai, por
qualquer motivo, o que fazemos com a aeronave?" A expectativa de Audi é que o certificado saia em duas semanas.
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