São Paulo, segunda-feira, 27 de outubro de 2003 |
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TRABALHO Empresas de autopeças e eletroeletrônicos param a partir de hoje; operários de montadoras aceitam proposta patronal Metalúrgicos de SP e ABC fazem greve parcial
SANDRA BALBI DA REPORTAGEM LOCAL Os metalúrgicos do ABC e de São Paulo iniciam paralisações parciais a partir de hoje. No ABC paulista, 40 mil trabalhadores dos setores de autopeças, eletroeletrônico, máquinas e equipamentos, fundição e forjaria, começam a parar hoje e prosseguem amanhã. Em São Paulo, 20 mil trabalhadores das fábricas da zona sul da cidade entram em greve e realizam manifestação em frente ao Transamérica Expo Center, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abre o Congresso da Internacional Socialista. "Vamos cobrar os 10 milhões de empregos e a retomada do crescimento", diz Eleno Bezerra, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. Eternos rivais, os sindicatos de São Paulo e do ABC realizam, neste ano, campanha salarial conjunta, apoiados pelas duas centrais: Força Sindical e CUT. Na sexta-feira, os metalúrgicos do ABC haviam aprovado a greve geral da categoria, caso as negociações com as entidades patronais não evoluíssem no final de semana. Uma proposta das montadoras, apresentada sábado, praticamente abortou a greve nas montadoras. As indústrias concordaram com a reivindicação dos metalúrgicos de reposição integral das perdas salariais dos últimos 12 meses, o que equivale a um aumento de 15,7%. Também aceitaram a mudança de data-base - de novembro para outubro, neste ano, e setembro em 2004- e aumento do piso salarial de R$ 628 para R$ 750. No entanto, os 15,7% de reajuste só incidirão sobre salários até R$ 4.200. Acima desse teto, os trabalhadores receberão um fixo de R$ 659,40. Já os demais setores industriais não apresentaram novas propostas no final de semana. Ontem, a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC esteve reunida pela manhã com os diretores de base e decidiu convocar uma assembléia geral para amanhã, às 18h. Os sindicalistas avaliaram que a tendência é os operários do chão de fábrica aceitarem a oferta das montadoras. Mas vão propor greve só do pessoal da área administrativa. "Houve uma importante evolução na proposta, que tende a contemplar o pessoal da produção. Mas, no caso dos mensalistas, tem um complicador: o teto. Se for aprovada a proposta das montadoras na assembléia de terça-feira [amanhã], vou propor greve só dos mensalistas", diz Feijóo. O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, ligado à Força Sindical, já aceitou a proposta das montadoras. Na sua base estão apenas os empregados da GM de São Caetano do Sul, e da Ford, de Taubaté. Mas rejeitou a oferta do Sindipeças e dos três grupos da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) que representam os demais setores. Esses setores querem parcelar o reajuste de 15,7% em até quatro vezes e não aceitam a alteração de data-base. "Vamos parar a zona sul, depois a zona oeste. Se até o dia 31 não houver acordo, entraremos em greve geral por tempo indeterminado", diz Bezerra. Texto Anterior: Disputa de outubro está embolada Próximo Texto: Expansão: CEF vai contratar 4.800 e abrir novas agências Índice |
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