São Paulo, quarta-feira, 27 de outubro de 2004

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SIDERURGIA

Terceira maior do setor no país, companhia ganha R$ 1,2 bi e espera mais reajustes até o final do ano e em 2005

CST atinge lucro recorde e prevê alta do aço

SÉRGIO RIPARDO
DA FOLHA ONLINE

A CST (Companhia Siderúrgica de Tubarão) -terceira maior fabricante de aço do país- dobrou o lucro no terceiro trimestre, graças ao aumento dos preços dos seus produtos e à redução da dívida da empresa. A siderúrgica capixaba prevê novos reajustes até o fim do ano e ao longo de 2005 devido ao aquecimento da economia mundial.
De janeiro a setembro, a empresa acumulou um lucro recorde de R$ 1,2 bilhão, o que representa um aumento de 46% na comparação com os nove primeiros meses do ano passado. No terceiro trimestre, o lucro da companhia atingiu R$ 357,5 milhões, um crescimento de 100,51% em relação ao mesmo período do ano passado.
Apesar do resultado positivo no período, a CST enfrentou um aumento de 4% nos custos durante o terceiro trimestre, na comparação com o segundo, por causa da alta nos preços de matérias-primas (carvão e sucata).
"Os preços favoráveis do aço, o aumento da produtividade e o controle das despesas minimizaram a pressão dos custos", disse o diretor da CST, Leonardo Horta.

Diversificação
Exportadora de produtos siderúrgicos semi-acabados (placas), a CST também diversificou sua produção e teve ganhos com a venda de bobinas de aço, que custam mais no mercado. As montadoras de veículos, que apresentam também produção recorde neste ano, são as principais compradoras de bobinas.
Para suportar o aumento das encomendas, a siderúrgica pretende elevar em 50% sua capacidade de produção, a partir de julho de 2006. Isso será possível com o início da operação de um terceiro alto-forno, em um investimento de US$ 1 bilhão.
A empresa quer obter ainda neste ano apoio financeiro do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no valor de até US$ 300 milhões. Bancos estrangeiros vão financiar os fornecedores de equipamentos.
A companhia reduziu em 41% sua dívida, que passou de R$ 2 bilhões em setembro do ano passado para R$ 1,2 bilhão. Isso ocorreu porque a queda do dólar (8%) no trimestre ajudou a empresa a ter menos gastos com seus débitos no exterior.
O reaquecimento da economia global, puxado pelas compras da China e dos Estados Unidos, provocou um aumento do preço do aço no mercado internacional, impulsionando o lucro da siderúrgica neste ano.
No terceiro trimestre, o preço da placa exportada pela CST subiu, em média, 43% na comparação com igual período do ano passado. A empresa estima um aumento de até 23,5% neste quarto trimestre do ano, em comparação com o anterior.
No terceiro trimestre, a receita da siderúrgica apresentou uma alta de 40%, atingindo a cifra de R$ 1,3 bilhão e acumulando R$ 3,5 milhões no ano -um aumento da ordem de 24%.
Controlada pelo grupo europeu Arcelor, a CST também tenta driblar o protecionismo nos Estados Unidos, que é o principal destino de seus produtos. A empresa recorreu na Justiça da sobretaxa dos norte-americanos ao aço brasileiro e espera uma conclusão do caso em nove meses.


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