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SIDERURGIA
Terceira maior do setor no país, companhia ganha R$ 1,2 bi e espera mais reajustes até o final do ano e em 2005
CST atinge lucro recorde e prevê alta do aço
SÉRGIO RIPARDO
DA FOLHA ONLINE
A CST (Companhia Siderúrgica
de Tubarão) -terceira maior fabricante de aço do país- dobrou
o lucro no terceiro trimestre, graças ao aumento dos preços dos
seus produtos e à redução da dívida da empresa. A siderúrgica capixaba prevê novos reajustes até o
fim do ano e ao longo de 2005 devido ao aquecimento da economia mundial.
De janeiro a setembro, a empresa acumulou um lucro recorde de
R$ 1,2 bilhão, o que representa
um aumento de 46% na comparação com os nove primeiros meses
do ano passado. No terceiro trimestre, o lucro da companhia
atingiu R$ 357,5 milhões, um
crescimento de 100,51% em relação ao mesmo período do ano
passado.
Apesar do resultado positivo no
período, a CST enfrentou um aumento de 4% nos custos durante
o terceiro trimestre, na comparação com o segundo, por causa da
alta nos preços de matérias-primas (carvão e sucata).
"Os preços favoráveis do aço, o
aumento da produtividade e o
controle das despesas minimizaram a pressão dos custos", disse o
diretor da CST, Leonardo Horta.
Diversificação
Exportadora de produtos siderúrgicos semi-acabados (placas),
a CST também diversificou sua
produção e teve ganhos com a
venda de bobinas de aço, que custam mais no mercado. As montadoras de veículos, que apresentam também produção recorde
neste ano, são as principais compradoras de bobinas.
Para suportar o aumento das
encomendas, a siderúrgica pretende elevar em 50% sua capacidade de produção, a partir de julho de 2006. Isso será possível
com o início da operação de um
terceiro alto-forno, em um investimento de US$ 1 bilhão.
A empresa quer obter ainda
neste ano apoio financeiro do
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no valor de até US$ 300 milhões. Bancos estrangeiros vão financiar os fornecedores de equipamentos.
A companhia reduziu em 41%
sua dívida, que passou de R$ 2 bilhões em setembro do ano passado para R$ 1,2 bilhão. Isso ocorreu porque a queda do dólar (8%)
no trimestre ajudou a empresa a
ter menos gastos com seus débitos no exterior.
O reaquecimento da economia
global, puxado pelas compras da
China e dos Estados Unidos, provocou um aumento do preço do
aço no mercado internacional,
impulsionando o lucro da siderúrgica neste ano.
No terceiro trimestre, o preço
da placa exportada pela CST subiu, em média, 43% na comparação com igual período do ano
passado. A empresa estima um
aumento de até 23,5% neste quarto trimestre do ano, em comparação com o anterior.
No terceiro trimestre, a receita
da siderúrgica apresentou uma alta de 40%, atingindo a cifra de R$
1,3 bilhão e acumulando R$ 3,5
milhões no ano -um aumento
da ordem de 24%.
Controlada pelo grupo europeu
Arcelor, a CST também tenta driblar o protecionismo nos Estados
Unidos, que é o principal destino
de seus produtos. A empresa recorreu na Justiça da sobretaxa dos
norte-americanos ao aço brasileiro e espera uma conclusão do caso em nove meses.
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