São Paulo, quarta-feira, 27 de outubro de 2004

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BARRIL DE PÓLVORA

Relatório de agência de energia diz que produção irá atender demanda das próximas décadas

Dependência por petróleo deve durar até 2030, diz estudo

DA REDAÇÃO

Os efeitos da alta dos preços do petróleo podem assustar o mundo até 2030. Apesar do crescimento de energias alternativas, o petróleo deve permanecer como a principal fonte energética mundial nas próximas décadas.
As previsões constam de um estudo elaborado pela Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) divulgado ontem.
A agência prevê um aumento de 59% na demanda mundial por combustíveis. O consumo mundial de petróleo deve chegar a 121 milhões de barris por dia. Hoje, é de 82 milhões. A taxa de crescimento anual da demanda, no entanto, ficará abaixo das últimas três décadas: 1,7% até 2030, contra 2% na década de 1970.
Mais da metade dessa demanda deverá ser atendida pelos países da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), uma participação maior do que a da década de 1970. O comércio mundial do produto deve passar de 65 milhões de barris por dia, um aumento de mais de 100%.
Dois terços do crescimento da demanda, diz o relatório, virão de países em desenvolvimento, motivo pelo qual deverão ampliar os investimentos no setor energético. "A alta está em linha com o crescimento econômico mais rápido nesses países", informa.
Apesar do crescimento da demanda, o incremento da produção de energia será suficiente para atendê-la até 2030. O aumento, no entanto, vai depender de US$ 16 trilhões em investimentos em novos projetos de infra-estrutura.
"A principal mensagem desse relatório é otimista. A Terra contém energia suficiente para atender ao crescimento da demanda global até 2030", disse Claude Mandil, presidente da IEA.
Segundo a agência, o petróleo continuará a ser a principal fonte energética em 2030, apesar de ter um pequena redução em sua participação. Os combustíveis fósseis responderão por 85% da demanda mundial.
O consumo mundial de gás natural deve dobrar até 2030, segundo o relatório. A maior parte desse crescimento deve ocorrer na América Latina, na África e na Ásia. "Os maiores valores, em termos de volume, serão os países da OCDE e as nações em desenvolvimento". A Rússia, segundo o relatório, deve ser o maior produtor.
Todas as regiões aumentarão suas importações do produto, e países que nunca importaram passarão a comprar gás. O gás liqüefeito será o tipo mais vendido, sempre segundo o estudo da agência.

Nova alta
Os preços do petróleo subiram ontem mais uma vez em razão dos temores de que a produção mundial seja insuficiente para atender a demanda pelo produto no inverno no hemisfério Norte.
Em Nova York, os contratos para entrega em dezembro fecharam cotados a US$ 55,17, alta de US$ 0,63. Em Londres, o barril do tipo light fechou a US$ 51,56, alta de US$ 0,78.
Outro temor no mercado ontem era sobre a perspectiva de nova redução nos estoques de combustíveis para calefação nos EUA, que serão divulgados hoje pelo Departamento de Energia.


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