São Paulo, sábado, 27 de outubro de 2007

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Principal joalheiro do país, Hans Stern morre aos 85

Fundador da H.Stern, uma das cinco maiores joalherias do mundo, foi enterrado ontem

Empresa tem 160 lojas próprias, além de 170 pontos-de-venda, com presença em 26 países, e emprega hoje mais de 3.000

MALU TOLEDO
DA SUCURSAL DO RIO

Hans Stern -fundador da rede H.Stern, uma das cinco maiores joalherias do mundo- morreu ontem aos 85 anos de causas naturais, segundo a família. Ela estava internado em hospital particular do Rio de Janeiro havia dez dias.
O enterro foi realizado ontem às 14h no cemitério Israelita do Caju, zona portuária do Rio, numa cerimônia íntima para a família. Uma missa com a participação dos funcionários da H.Stern deve ser realizada na semana que vem.
A H.Stern hoje emprega mais de 3.000 pessoas, formando com Tiffany's, Grupo Richemont (com Cartier, Van Cleef, Piaget) e Bulgari as maiores joalherias do mundo.
A empresa tem hoje 160 lojas próprias e 170 pontos-de-venda, totalizando presença em 26 países. Desde 2003, a joalheria passou a vender seus produtos em lojas de departamentos e em parceria com outras redes na Europa, no Oriente Médio e nos Estados Unidos.
Apesar de não estar mais na administração direta, Stern ia constantemente à sede, em Ipanema (zona sul do Rio), e visitava os pontos-de-venda internacionais pelo menos uma vez ao ano. A sede, que funciona em Ipanema desde 1983, tem 14 mil metros quadrados e abriga um museu, além de escritórios, oficinas e loja.
Nascido em Essen (Alemanha), de onde a família teve que fugir do nazismo, Hans Stern veio com 17 anos para o Brasil. Depois de ter trabalhado na empresa exportadora de minerais e pedras preciosas Cristab, ele fundou uma pequena joalheria em 1945.
Em 1949, abriu o primeiro ponto-de-venda da H.Stern na estação de desembarque de navios na praça Mauá. Em seguida, abriu uma loja no hotel Quitandinha, em Petrópolis, e outras lojas nos aeroportos cariocas e em hotéis.
"Nós do setor devemos a H.Stern e ao seu Hans um tributo muito grande, porque ele não foi o primeiro, mas foi o principal joalheiro do Brasil. Nenhuma outra empresa brasileira tem o número de lojas que a H.Stern tem no exterior. Ele teve um papel fundamental promovendo as jóias do Brasil no exterior e aqui promovendo uma melhoria da indústria, já que seu padrão de exigência era muito elevado", disse Hécliton Santini Henriques, presidente da IBGM (Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos), do qual Stern foi um dos fundadores em 1978.
"Além do que produzia, ele comprava de diversas indústrias, e, como a H.Stern tinha um controle de qualidade muito grande, as empresas fornecedoras foram se ajustando e melhorando até chegar à excelência que têm hoje. O setor deve muito a ele", disse Henriques.
Em 1949, Stern criou um certificado de garantia internacional para atestar o valor das jóias. Preocupado com a qualidade dos produtos, implementou oficinas dentro da empresa, com ourives e lapidários europeus.
Stern foi homenageado em outubro do ano passado no 1º Simpósio Internacional de Design de Jóias e Gemologia. Roberto Stern representou o pai na homenagem concedida também a Júlio Sauer, dono da Amsterdam Sauer. Eles receberam o "Prêmio Qi de Gemologia e Design de Jóias" na categoria honorário, como "Precursor da Indústria Joalheira".
Hans Stern era casado com Ruth desde 1958, com quem teve quatro filhos: Roberto, Ricardo, Ronaldo e Rafael. Os filhos são membros do conselho familiar de diretores. Roberto e Ronaldo trabalham na empresa ao lado dos executivos Richard Barczinski e Victor Natenzon, presidente e vice-presidente, respectivamente.


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