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Principal joalheiro do país, Hans Stern morre aos 85
Fundador da H.Stern, uma das cinco maiores joalherias do mundo, foi enterrado ontem
Empresa tem 160 lojas próprias, além de 170 pontos-de-venda, com presença em 26 países, e emprega hoje mais de 3.000
MALU TOLEDO
DA SUCURSAL DO RIO
Hans Stern -fundador da rede H.Stern, uma das cinco
maiores joalherias do mundo-
morreu ontem aos 85 anos de
causas naturais, segundo a família. Ela estava internado em
hospital particular do Rio de
Janeiro havia dez dias.
O enterro foi realizado ontem às 14h no cemitério Israelita do Caju, zona portuária do
Rio, numa cerimônia íntima
para a família. Uma missa com
a participação dos funcionários
da H.Stern deve ser realizada
na semana que vem.
A H.Stern hoje emprega mais
de 3.000 pessoas, formando
com Tiffany's, Grupo Richemont (com Cartier, Van Cleef,
Piaget) e Bulgari as maiores
joalherias do mundo.
A empresa tem hoje 160 lojas
próprias e 170 pontos-de-venda, totalizando presença em 26
países. Desde 2003, a joalheria
passou a vender seus produtos
em lojas de departamentos e
em parceria com outras redes
na Europa, no Oriente Médio e
nos Estados Unidos.
Apesar de não estar mais na
administração direta, Stern ia
constantemente à sede, em
Ipanema (zona sul do Rio), e visitava os pontos-de-venda internacionais pelo menos uma
vez ao ano. A sede, que funciona em Ipanema desde 1983,
tem 14 mil metros quadrados e
abriga um museu, além de escritórios, oficinas e loja.
Nascido em Essen (Alemanha), de onde a família teve que
fugir do nazismo, Hans Stern
veio com 17 anos para o Brasil.
Depois de ter trabalhado na
empresa exportadora de minerais e pedras preciosas Cristab,
ele fundou uma pequena joalheria em 1945.
Em 1949, abriu o primeiro
ponto-de-venda da H.Stern na
estação de desembarque de navios na praça Mauá. Em seguida, abriu uma loja no hotel Quitandinha, em Petrópolis, e outras lojas nos aeroportos cariocas e em hotéis.
"Nós do setor devemos a
H.Stern e ao seu Hans um tributo muito grande, porque ele
não foi o primeiro, mas foi o
principal joalheiro do Brasil.
Nenhuma outra empresa brasileira tem o número de lojas que
a H.Stern tem no exterior. Ele
teve um papel fundamental
promovendo as jóias do Brasil
no exterior e aqui promovendo
uma melhoria da indústria, já
que seu padrão de exigência era
muito elevado", disse Hécliton
Santini Henriques, presidente
da IBGM (Instituto Brasileiro
de Gemas e Metais Preciosos),
do qual Stern foi um dos fundadores em 1978.
"Além do que produzia, ele
comprava de diversas indústrias, e, como a H.Stern tinha
um controle de qualidade muito grande, as empresas fornecedoras foram se ajustando e melhorando até chegar à excelência que têm hoje. O setor deve
muito a ele", disse Henriques.
Em 1949, Stern criou um certificado de garantia internacional para atestar o valor das
jóias. Preocupado com a qualidade dos produtos, implementou oficinas dentro da empresa,
com ourives e lapidários europeus.
Stern foi homenageado em
outubro do ano passado no 1º
Simpósio Internacional de Design de Jóias e Gemologia. Roberto Stern representou o pai
na homenagem concedida também a Júlio Sauer, dono da
Amsterdam Sauer. Eles receberam o "Prêmio Qi de Gemologia
e Design de Jóias" na categoria
honorário, como "Precursor da
Indústria Joalheira".
Hans Stern era casado com
Ruth desde 1958, com quem teve quatro filhos: Roberto, Ricardo, Ronaldo e Rafael. Os filhos são membros do conselho
familiar de diretores. Roberto e
Ronaldo trabalham na empresa
ao lado dos executivos Richard
Barczinski e Victor Natenzon,
presidente e vice-presidente,
respectivamente.
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