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CONTAS EXTERNAS
Nos 12 meses encerrados no mês passado, o saldo negativo ficou em US$ 10,658 bilhões, 2,31% do PIB
Déficit com o exterior é o menor desde 96
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Graças aos resultados alcançados pela balança comercial, o déficit em transações correntes diminuiu para o nível mais baixo
desde setembro de 1996. Nos 12
meses encerrados em outubro, o
saldo negativo ficou em US$
10,658 bilhões, o equivalente a
2,31% do PIB (Produto Interno
Bruto).
A relação entre o déficit em
transações correntes e o PIB é um
dos indicadores usados para medir a vulnerabilidade externa de
um país. Quanto maior o déficit,
mais dólares precisam ser atraídos pelo país para que suas contas
fiquem equilibradas.
No ano passado, essa proporção
chegou a ultrapassar os 5%, mas a
recuperação no saldo da balança
comercial fez com que o indicador recuasse bastante nos últimos
meses. O saldo comercial, por sua
vez, foi puxado pela alta do dólar e
pelo desaquecimento da economia, o que reduziu as compras externas do país.
Entre janeiro e outubro, a cotação do dólar subiu 57%. Essa alta
fez com que os produtos importados ficassem muito caros em
reais, além de ter deixado os preços dos produtos brasileiros mais
competitivos no exterior.
Além disso, as baixas taxas de
crescimento econômico fazem
com que a procura por bens importados se reduza. A queda na
renda da população reduz a demanda por bens de consumo. As
empresas, por sua vez, reduzem
suas encomendas porque suas
vendas estão fracas.
Balança comercial
Entre janeiro e outubro deste
ano, a balança comercial registrou um superávit de US$ 10,068
bilhões, contra apenas US$ 1,497
bilhão acumulado no mesmo período de 2001.
A expressiva melhora no saldo
foi consequência da queda nas
importações, que diminuíram
16,6% no período. As exportações, por sua vez, se mantiveram
estáveis. Nas contas do Banco
Central, o superávit comercial deve chegar a US$ 12,5 bilhões neste
ano.
A conta de transações correntes
é formada pela soma dos resultados da balança comercial (exportações menos importações) e da
balança de serviços (pagamento
de juros, gastos com viagens internacionais e remessas de lucros
e dividendos, entre outros), mais
as transferências unilaterais (dinheiro enviado para o país por residentes no exterior).
A expectativa do BC é que o déficit em transações correntes fique
em US$ 8,6 bilhões neste ano, o
que seria o equivalente a 1,89% do
PIB. Os números podem ser ainda
menores se o superávit da balança
comercial ficar acima dos US$
12,5 bilhões esperados pelo BC
-até a semana passada, o saldo
acumulado estava em US$ 11,13
bilhões.
Em geral, considera-se que a
maneira mais segura de financiar
o déficit em transações correntes
seja com o ingresso de investimentos estrangeiros. Este ano, espera-se que eles cheguem a US$
16 bilhões, quase o dobro do déficit esperado para o período.
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