São Paulo, quarta-feira, 27 de novembro de 2002

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CONTAS EXTERNAS

Nos 12 meses encerrados no mês passado, o saldo negativo ficou em US$ 10,658 bilhões, 2,31% do PIB

Déficit com o exterior é o menor desde 96

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Graças aos resultados alcançados pela balança comercial, o déficit em transações correntes diminuiu para o nível mais baixo desde setembro de 1996. Nos 12 meses encerrados em outubro, o saldo negativo ficou em US$ 10,658 bilhões, o equivalente a 2,31% do PIB (Produto Interno Bruto).
A relação entre o déficit em transações correntes e o PIB é um dos indicadores usados para medir a vulnerabilidade externa de um país. Quanto maior o déficit, mais dólares precisam ser atraídos pelo país para que suas contas fiquem equilibradas.
No ano passado, essa proporção chegou a ultrapassar os 5%, mas a recuperação no saldo da balança comercial fez com que o indicador recuasse bastante nos últimos meses. O saldo comercial, por sua vez, foi puxado pela alta do dólar e pelo desaquecimento da economia, o que reduziu as compras externas do país.
Entre janeiro e outubro, a cotação do dólar subiu 57%. Essa alta fez com que os produtos importados ficassem muito caros em reais, além de ter deixado os preços dos produtos brasileiros mais competitivos no exterior.
Além disso, as baixas taxas de crescimento econômico fazem com que a procura por bens importados se reduza. A queda na renda da população reduz a demanda por bens de consumo. As empresas, por sua vez, reduzem suas encomendas porque suas vendas estão fracas.

Balança comercial
Entre janeiro e outubro deste ano, a balança comercial registrou um superávit de US$ 10,068 bilhões, contra apenas US$ 1,497 bilhão acumulado no mesmo período de 2001.
A expressiva melhora no saldo foi consequência da queda nas importações, que diminuíram 16,6% no período. As exportações, por sua vez, se mantiveram estáveis. Nas contas do Banco Central, o superávit comercial deve chegar a US$ 12,5 bilhões neste ano.
A conta de transações correntes é formada pela soma dos resultados da balança comercial (exportações menos importações) e da balança de serviços (pagamento de juros, gastos com viagens internacionais e remessas de lucros e dividendos, entre outros), mais as transferências unilaterais (dinheiro enviado para o país por residentes no exterior).
A expectativa do BC é que o déficit em transações correntes fique em US$ 8,6 bilhões neste ano, o que seria o equivalente a 1,89% do PIB. Os números podem ser ainda menores se o superávit da balança comercial ficar acima dos US$ 12,5 bilhões esperados pelo BC -até a semana passada, o saldo acumulado estava em US$ 11,13 bilhões.
Em geral, considera-se que a maneira mais segura de financiar o déficit em transações correntes seja com o ingresso de investimentos estrangeiros. Este ano, espera-se que eles cheguem a US$ 16 bilhões, quase o dobro do déficit esperado para o período.


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