São Paulo, quarta-feira, 27 de novembro de 2002

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Remessas de dólar para fora pela CC-5 recuam 69% em novembro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Passadas as eleições, as remessas de dólares para o exterior feitas pelas CC-5 (contas de não-residentes) registraram forte recuo neste mês. Entre os dias 1º e 25 de novembro, US$ 389 milhões foram enviados para fora do país por esse instrumento, segundo dados do Banco Central. O valor é 69% menor do que o registrado entre os dias 1º e 23 de outubro.
Ao longo de todo o mês de outubro, as remessas feitas pelas CC-5 chegaram a US$ 1,725 bilhão, nível mais elevado do ano.
Neste ano, US$ 8,964 bilhões já deixaram o país por meio desse instrumento. Esse número supera o total de remessas feitas durante todo o ano de 2001, que ficou em US$ 6,11 bilhões.
As contas CC-5 foram criadas em 1964 para permitir que estrangeiros movimentassem contas em dólar dentro do país. Atualmente, esse nome é usado para designar todos os instrumentos disponibilizados pelo governo para que remessas de dólares sejam feitas sem que seja preciso explicar ao BC os motivos da transação.

Motivos da operação
Pelos outros instrumentos legais existentes, é preciso que se explique ao BC o porquê da operação -pagamento de juros, importação de mercadorias, remessas de lucros, gastos com viagens, entre outras.
Em outras palavras, a CC-5 é uma maneira menos burocrática utilizada para a remessa de dólares para o exterior.
Por isso, é bastante utilizada em momentos de crise por investidores que querem proteger seu patrimônio.
Segundo dados do BC, a maior parte do dinheiro que sai pelas CC-5 é enviada por empresas. Entre janeiro e outubro, as empresas responderam por 87% do total de remessas feitas para o exterior no período.


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