São Paulo, terça-feira, 27 de novembro de 2007

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EXPORTAÇÃO

Indústria do fumo vê perda de R$ 1 bi com real valorizado

PAULO HENRIQUE RODRIGUES
ENVIADO ESPECIAL A SANTA CRUZ DO SUL (RS)

A desvalorização do dólar deu ar de "prejuízo" ao recorde histórico de exportação da indústria do fumo, em 2007. Neste ano, a estimativa é vender 640 mil toneladas, referentes aos volumes da região Sul, que domina a produção brasileira. No entanto, por causa do câmbio, o setor avalia que deixou de ganhar R$ 1 bilhão.
Em 2007, o faturamento chegará a US$ 2 bilhões. Convertidos em moeda nacional, o valor será de R$ 4 bilhões, na cotação usada pelo setor (US$ 1 para R$ 2). Se a relação dólar-real fosse a mesma de 2005 -ano da segunda maior exportação da história (610.453 t)-, o faturamento em 2007 pularia para R$ 5 bilhões.
Os dados são do Sindifumo (Sindicato da Indústria do Fumo), que reúne beneficiadoras e cigarreiras. "Considerando que 85% do fumo é exportado, a forte valorização do real está fazendo com que as empresas tenham menor competitividade e rentabilidade", afirmou Iro Schünke, presidente do Sinfumo.
A indústria reclama primeiro, mas não arcará com a "perda" sozinha. É o que diz Marcilio Drescher, tesoureiro da Afubra (Associação dos Fumicultores do Brasil). "De alguma forma, eles sempre repassam ao produtor", afirma Drescher. Segundo ele, o câmbio desfavorável é o principal argumento usado pela indústria para negar reajustes no preço do fumo.
O Brasil é o maior exportador de tabaco do mundo. O maior mercado está na União Européia, mas a China leva 10% do que é exportado. O fumo ocupa o oitavo lugar na balança comercial do agronegócio entre 25 setores, segundo dados do Ministério da Agricultura.


PAULO HENRIQUE RODRIGUES viajou a convite da Philip Morris Brasil, que patrocina a 44ª turma de treinamento da Folha


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