São Paulo, sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Infraero é alvo de suspeita de irregularidades

FILIPE COUTINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Diversas irregularidades foram apontadas nas obras da Infraero nos últimos anos, em especial após o apagão aéreo de 2006 e a crise no setor. Nesse tempo, o TCU (Tribunal de Contas da União) apurou sobrepreço e superfaturamento em obras de pelo menos dez aeroportos brasileiros.
Em 2008, após as auditorias do TCU, a Infraero anunciou o cancelamento de contratos de obras nos aeroportos de Vitória, Goiânia e Macapá. A justificativa foi a dificuldade em cumprir as exigências do tribunal.
Segundo o TCU, havia superfaturamento de R$ 43,9 milhões em obras do aeroporto de Vitória, sobrepreço de R$ 73,6 milhões em Goiânia e superfaturamento de 40% em Macapá.
No Santos Dumont (Rio), foi apontado sobrepreço de R$ 45,6 milhões. Em Cumbica (Guarulhos), o TCU revelou sobrepreço de R$ 56,5 milhões e superfaturamento de R$ 19 milhões. Segundo a Infraero, esses aeroportos tiveram as obras interrompidas em 2008, após a investigação do tribunal.
O TCU também identificou irregularidades em Brasília, São Paulo (Congonhas), Florianópolis, Curitiba e Porto Alegre. Em Congonhas, o TCU constatou superfaturamento de 31% a 252% nos valores unitários das obras.
À época, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que cada caso deveria ser analisado em separado. "O problema dos contratos é que são antigos e serão analisados caso a caso. Você não pode comparar a construção de uma pista com a de uma estrada", disse.
Depois do relatório do tribunal, o então presidente da Infraero, Sérgio Gaudenzi, disse que "às vezes o TCU exagera na tinta". "[A empresa] Não aceita baixar [o valor da obra] e o tribunal pede que baixe para um percentual razoável. É difícil conseguir conciliar", disse, em relação ao caso de Cumbica.
Em 2007, o relatório final da CPI do Apagão Aéreo do Senado afirmou que a Infraero se tornou um "antro de corrupção". A comissão sugeriu ao Ministério Público e à Polícia Federal o indiciamento de 18 empreiteiras e consórcios, devido a irregularidades em seis obras.
A CGU (Controladoria Geral da União) também apurou irregularidades na Infraero. A investigação sigilosa aconteceu em 2005 e apontou suspeitas em diversos casos.


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Robert Zoellick: O perigo das bolhas de ativos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.