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Infraero é alvo de suspeita de irregularidades
FILIPE COUTINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Diversas irregularidades foram apontadas nas obras da Infraero nos últimos anos, em especial após o apagão aéreo de
2006 e a crise no setor. Nesse
tempo, o TCU (Tribunal de
Contas da União) apurou sobrepreço e superfaturamento
em obras de pelo menos dez aeroportos brasileiros.
Em 2008, após as auditorias
do TCU, a Infraero anunciou o
cancelamento de contratos de
obras nos aeroportos de Vitória, Goiânia e Macapá. A justificativa foi a dificuldade em cumprir as exigências do tribunal.
Segundo o TCU, havia superfaturamento de R$ 43,9 milhões em obras do aeroporto de
Vitória, sobrepreço de R$ 73,6
milhões em Goiânia e superfaturamento de 40% em Macapá.
No Santos Dumont (Rio), foi
apontado sobrepreço de
R$ 45,6 milhões. Em Cumbica
(Guarulhos), o TCU revelou sobrepreço de R$ 56,5 milhões e
superfaturamento de R$ 19 milhões. Segundo a Infraero, esses aeroportos tiveram as obras
interrompidas em 2008, após a
investigação do tribunal.
O TCU também identificou
irregularidades em Brasília,
São Paulo (Congonhas), Florianópolis, Curitiba e Porto Alegre. Em Congonhas, o TCU
constatou superfaturamento
de 31% a 252% nos valores unitários das obras.
À época, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que cada caso deveria ser analisado
em separado. "O problema dos
contratos é que são antigos e
serão analisados caso a caso.
Você não pode comparar a
construção de uma pista com a
de uma estrada", disse.
Depois do relatório do tribunal, o então presidente da Infraero, Sérgio Gaudenzi, disse
que "às vezes o TCU exagera na
tinta". "[A empresa] Não aceita
baixar [o valor da obra] e o tribunal pede que baixe para um
percentual razoável. É difícil
conseguir conciliar", disse, em
relação ao caso de Cumbica.
Em 2007, o relatório final da
CPI do Apagão Aéreo do Senado afirmou que a Infraero se
tornou um "antro de corrupção". A comissão sugeriu ao Ministério Público e à Polícia Federal o indiciamento de 18 empreiteiras e consórcios, devido
a irregularidades em seis obras.
A CGU (Controladoria Geral
da União) também apurou irregularidades na Infraero. A investigação sigilosa aconteceu
em 2005 e apontou suspeitas
em diversos casos.
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