São Paulo, quarta-feira, 27 de dezembro de 2000

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Levantamentos sobre resultados são falhos

DA REPORTAGEM LOCAL

Os levantamentos sobre as vendas de Natal, divulgados pelas associações comerciais e representantes de lojistas, podem mais complicar do que esclarecer a questão. Só uma análise mais cuidadosa evita que enganos sejam cometidos.
Os dados da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), por exemplo, mostram que em 2000 foi batido o recorde de vendas a prazo desde o Real.
Em 2000, foram 17,3 milhões de consultas de lojistas ao sistema para que as vendas pudessem ser concluídas. Dezembro colaborou para esse desempenho. Mas em 96, um dos melhores anos de venda após o Plano Real -segundo redes e indústrias- o número foi bem menor: 12,6 milhões.
Como se explica, então, esse resultado no melhor ano do Real? A questão está na qualidade da compra, ou seja, no tipo de produto adquirido. As consultas foram menores em 96, mas os brasileiros correram às lojas para comprar televisores, geladeiras e fogões -produtos de alto valor agregado.
Em 2000, mesmo com volume de consultas superior a 96, os brasileiros compraram mais as famosas "lembrancinhas" de Natal.
Além dessa diferença, que precisa ser considerada, há outros dados questionados por consultores e economistas.
O shopping Center Norte, por exemplo, que envia seu balanço de vendas à Abrasce, entidade que representa os shoppings, anuncia seu desempenho de vendas com base na circulação de pessoas.
"Nós não temos dados confiáveis no setor. Só consultando empresa por empresa podemos ter alguma certeza. Quebramos a cabeça para entender esse mercado", afirma Marcelo Kayath, analista do CSFB Garantia. "Ficamos reféns de informações que nem sempre fazem sentido e por isso erros de análise são frequentemente cometidos", afirma Marcos Gouvêa, consultor de varejo.
(AM)


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