São Paulo, quarta-feira, 27 de dezembro de 2000

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PETRÓLEO

Suspensão das exportações iraquianas também influenciou alta da cotação em Nova York; barril fechou a US$ 26,64

Frio e ameaça de corte elevam preço do óleo

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O inverno rigoroso nos Estados Unidos e a possibilidade de que a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) corte a sua produção influenciaram a alta do preço do petróleo ontem em Nova York.
Os contratos de petróleo para fevereiro fecharam com alta de 1,76%, a US$ 26,64 o barril. Em Londres, não houve negociação devido a feriado.
A interrupção das importações do Iraque também pressionou o aumento do preço. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas) e fontes do setor petrolífero, a suspensão das vendas não foi causada por nenhum fator específico e o fornecimento deve ser normalizado logo.
O país havia suspendido as exportações no dia 1º de dezembro para pressionar a ONU a rever a política de preços e cotas impostas ao país. O petróleo iraquiano, no entanto, retornou ao mercado no dia 13.

Frio e corte de produção
As previsões da meteorologia apontam que, até sábado, o frio na região nordeste dos EUA deve ficar acima do normal. Para o Meio-Oeste do país, a previsão é de um inverno ainda mais rigoroso para os próximos dez dias.
O frio acima do normal aumenta a demanda por petróleo e seus derivados, intensificando a preocupação de que falte o produto.
Além do frio, a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) sinalizou claramente que pode cortar a produção. Essa possibilidade tem feito os preços subirem.
A proposta do cartel é de diminuir a produção se o preço médio de uma cesta, que contém sete tipos diferentes de óleo, fique abaixo de US$ 22 por mais de 20 dias.
O presidente da Opep, Alí Rodríguez, afirmou ontem que se o cartel não tomar providências em relação aos preços do petróleo, pode haver um colapso no segundo semestre de 2001. O colapso seria uma queda brusca no valor das cotações, que pode prejudicar as economias dos países produtores do cartel.
Um dos maiores entusiastas ao corte é o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Ele afirmou que o cartel deve lutar para que os preços não sofram redução drástica. O corte da produção pode ser acertado na próxima reunião da Opep, que será realizada em 17 de janeiro, em Viena (Áustria).
A notícia preocupa os Estados Unidos. Segundo divulgou na segunda-feira o jornal árabe "Al Hayat", os EUA devem pedir aos países-membros da Opep que cortem somente uma pequena parcela de sua produção.

Produtores da AL em risco?
Os preços do barril devem ficar em US$ 25 em 2001 e US$ 21 em 2002. A perspectiva é do Bird (Banco Mundial) e foi divulgada ontem no jornal El Nacional.
Segundo o Bird, a volatilidade nos preços pode representar um risco para a recuperação dos países produtores na América Latina.



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