São Paulo, sexta-feira, 27 de dezembro de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Com poucas novidades, mercado passa dia tenso com a iminência da guerra Estados Unidos-Iraque

Bolsa fecha em queda, e dólar sobe 1,71%

DA REPORTAGEM LOCAL

Em um dia de poucos negócios e sem novas notícias para animar o mercado, o dólar fechou em alta de 1,71%, cotado a R$ 3,565.
O risco-país subiu 2,3%, para 1.417 pontos, devido à desvalorização de 1,22% do C-Bond, principal título da dívida externa brasileira e papel de maior peso na composição do índice.
Segundo Sérgio Machado, diretor do banco Fator, o mercado ainda repercute mal alguns nomes do ministério do governo Lula e a notícia de que não houve acordo entre o PT e o PMDB.
"Os primeiros ministros eram mais técnicos e depois os anúncios pareceram mais políticos. Além disso, o agravamento da crise no Iraque ajuda a piorar o cenário. Somando tudo isso, não dá para ter bom humor."
O leilão de US$ 150 milhões em linhas externas promovido pelo Banco Central ajudou a cotação do dólar a cair um pouco no final da manhã. Apesar de a demanda por dólares ter sido grande, a notícia de que muitas empresas estavam procurando a moeda para quitar vencimentos foi desmentida, pois, segundo operadores, a maioria já se preparou durante a semana passada. "O mercado está cauteloso, mostrando um pouco de preocupação com o início do ano. Ninguém que precisava de dólares para pagar dívidas deixou para comprar nestes dias", disse Machado.
A valorização da moeda norte-americana impulsionou a alta das ações de empresas exportadoras negociadas na Bolsa, em um dia de baixas para a maioria dos papéis. Embraer PN, por exemplo, subiu 2,8%, e Vale do Rio Doce ON teve alta de 1,88%.
O Ibovespa, índice que reúne os 56 papéis mais negociados na Bolsa de Valores de São Paulo, fechou em baixa de 1,32%, aos 11.318 pontos. O volume de R$ 246 milhões, apesar de baixo, era esperado devido à época do ano.
Para José Costa Gonçalves, diretor da Multistock Corretora, a Bolsa opera em "ritmo de final de ano". As maiores altas do dia foram Light ON (4,2%), Siderúrgica Tubarão PN (3,8%) e Petrobras Distribuidora PN (3,1%).
As maiores baixas do dia ficaram com as ações da Embratel. As preferenciais caíram 9,4% e as ordinárias, 8,9%. A desvalorização foi atribuída principalmente à realização de lucros, já que nos últimos 30 dias o papel acumula alta de mais de 50%.
(GEORGIA CARAPETKOV)


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