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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Bolsa no Brasil tem o 3º pior desempenho das Américas
Apesar de a economia no
Brasil ainda não ter sofrido os
efeitos da crise como os Estados Unidos sentiram, o mesmo
não se pode dizer da Bolsa. O
Ibovespa apresentou até quarta-feira o terceiro pior desempenho neste ano nas Américas,
segundo estudo da consultoria
Economática. Só perde para a
Argentina e Peru.
Foi também até agora o segundo pior resultado da Bovespa na história. O Ibovespa caiu
neste ano 42,91%. O pior resultado até hoje ainda é o de 1972,
quando o índice caiu 44,42%.
Para fechar este ano, ainda faltam mais dois pregões (segunda e terça) e se o Ibovespa cair
mais 3% nesses dois dias, 2008
será pior do que 1972.
Na verdade, todas as Bolsas
sofreram os efeitos da crise internacional. As Bolsas nos Estados Unidos, principal responsável pela crise, tiveram um
desempenho apenas um pouco
melhor do que o Brasil.
O Nasdaq, por exemplo, caiu
42,5%, o pior desempenho da
história. O S&P 500 registrou
uma queda de 41,1%, e o Dow
Jones, caiu 36,16%. Na Colômbia, a retração foi de 29,52%, a
maior queda desde 1991; no
Chile, queda de 23,37%, a mais
forte desde 1989; e na Argentina, as perdas foram de 51,7%, o
pior resultado desde 1989. No
Peru, a queda foi de 60,1%.
A Bolsa que apresentou melhor desempenho foi a da Venezuela, que caiu apenas 8,9%.
Naquele país, no entanto, o
mercado de ações sofre muita
interferência do governo, muitas operações de mercado de
capitais são proibidas e tudo isso leva a Bolsa a ter um comportamento atípico em relação
aos outros países.
De acordo com Einar Rivero,
da Economática, apesar do resultado ruim da Bolsa neste
ano, isto não significa que as
empresas brasileiras irão apresentar um balanço muito negativo. Nos EUA, por exemplo, as
companhias sofreram com a
queda nos preços das ações e
com a redução substancial do
lucro. No Brasil, os lucros serão
menores, mas nem tanto.
Para 2009, Rivero afirma que
o comportamento da Bolsa no
Brasil depende essencialmente
da reação da economia americana.
"O Brasil depende mais do
Obama do que do governo Lula", diz.
DECISÃO
As ações da SDE
(Secretaria de Direito
Econômico) para desmantelar cartéis ganharam um forte aliado: a crise econômica,
segundo o advogado
Mário Roberto Villanova Nogueira, sócio
do escritório Demarest e Almeida.
"Na crise, abandonar o cartel torna-se
ainda mais interessante", diz Nogueira.
É que, nos últimos
anos, com a ajuda da
SDE, o governo tem
somado esforços no
combate aos cartéis,
usando, como uma
das ferramentas, o
programa de leniência. Trata-se de uma
delação premiada que
existe há anos nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, a leniência oferece recompensas ao participante do cartel que
colaborar com a investigação, revelando
informações internas. A parte delatora
recebe isenção total
ou parcial das penas
administrativas e criminais.
Para Nogueira, o
momento de crise
torna os cartéis mais
instáveis, pois além
do risco de serem descobertos pela investigação, os cartelizados
passaram a avaliar se
seus ganhos são maiores com a ação ilícita
ou com a delação. "A
leniência gera ganhos
ao delator ao evitar a
própria punição e por
ter seus concorrentes
processados e punidos."
CONSTRUTIVO
A Lego espera uma alta recorde nas vendas nos EUA
neste ano, segundo a Bloomberg. Para Soren Laursen,
chefe da empresa nas Américas, com pouco dinheiro, os
pais passaram a procurar brinquedos mais duradouros. A
alta das vendas vai superar a projeção de 12% feita pela
empresa em agosto. Para um analista do setor, as vendas
de brinquedo devem cair pelo menos 5% neste ano.
ENTRE AMIGOS
Com os empréstimos bancários cada vez mais difíceis de tomar e o desemprego avançando, pedir dinheiro emprestado
a amigos e familiares começa a
virar moda entre os americanos, de acordo com o "New
York Times". A Virgin Money
USA, que administra empréstimos entre pessoas íntimas, diz
que o valor total das negociações subiu para US$ 370 milhões no final de novembro,
contra US$ 200 milhões em outubro do ano passado.
SERPENTINA
A agência Tudo, do grupo
ABC, já movimentou cerca de
R$ 11 milhões para o Carnaval
de Salvador 2009. A agência já
vendeu todas as cotas master.
As empresas que patrocinam o
Carnaval 2009 são Itaú e Nova
Schin, que já participaram em
2008 e renovam agora. A novidade é a entrada da Nextel.
DE VIDRO
A Saint-Gobain Embalagens
anuncia investimento de R$ 6
milhões na fábrica de Porto
Ferreira (SP). O valor foi aplicado na instalação de um filtro
eletrostático que deve reduzir
emissões da combustão no forno de vidro. O projeto levou 12
meses para ser concluído.
NO MAPA
Sistema Eadcon, Faculdade
da Lapa e Instituto Chiavenato
de Educação fecham parceria
para levar pós-graduação latu
sensu em administração, com
ensino a distância, a 800 municípios brasileiros.
Alta de custo de energia preocupa mais em 2008
O nível de ansiedade dos
fabricantes com o aumento
dos custos da energia mais
do que dobrou no final deste
ano em relação a 2007, segundo pesquisa da consultoria de gestão de processos
TBM Consulting.
O levantamento, que é feito anualmente, foi realizado
no terceiro trimestre deste
ano com cerca de 1.400 executivos de empresas de médio e grande porte em seis
países, Alemanha, Brasil, Espanha, Estados Unidos, México e Reino Unido.
Para aliviar as pressões de
custos e o aumento dos preços da energia, 59% dos executivos entrevistados afirmaram que pretendem tomar
medidas para eliminar desperdício.
"Mais de 50% dos entrevistados classificaram as pressões de custos como o maior
obstáculo ao sucesso empresarial para 2009", diz Carlos
Louzada, diretor superintendente da TBM para a América
Latina.
Apesar das turbulências
que a economia tem sofrido
desde o aprofundamento da
crise, 72% dos fabricantes dos
seis países afirmaram que
ainda conseguiram ganhos de
produtividade. A melhoria
contínua foi identificada como principal fonte de aumento de produtividade para 69%
dos entrevistados no Brasil e
72% nos EUA.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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