São Paulo, sábado, 27 de dezembro de 2008

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análise

Lula age sob temor de onda de desemprego

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Lula demonstra apetite para estimular o crescimento em 2009 ao editar a MP que permite emissão de títulos da dívida pública, sem limite, para capitalizar o fundo soberano.
Na prática, poderá realizar um superávit primário (economia do governo para pagar juros da dívida pública) menor do que a meta de 3,8% do PIB prevista para 2009.
A intenção do governo é cumprir a meta de 3,8%, mas Lula já deixou claro em conversas reservadas que poderá fazer economia menor e gastar mais em investimentos para tentar crescer 4% ou ao menos mais de 3%.
Lula está mais preocupado com os efeitos da crise do que deixa transparecer nos discursos otimistas. Teme onda de desemprego e está disposto a amenizá-la com maior gasto público. Avalia que já demonstrou responsabilidade fiscal em seis anos de governo. Agora, quer priorizar o crescimento, um dos esteios de sua popularidade recorde, junto com a rede de proteção social.
Na visão de Lula, o futuro presidente dos EUA, Barack Obama, fará um enorme pacote de gastos públicos para combater a crise. O petista crê que terá discurso e ambiente político propícios para adotar a mesma receita.
O fundo soberano poderá ser usado de forma agressiva para capitalizar investimentos em infra-estrutura. Apesar dos recursos ficarem depositados no exterior, poderão ser transferidos a um fundo de investimentos gerido pelo Banco do Brasil para infra-estrutura.
Segundo auxiliares, Lula está disposto a comprar briga com a oposição pelo fundo. O presidente julga que a oposição perderá a batalha política e vai tentar carimbá-la como contrária a medidas de incentivo ao emprego e à produção. (KENNEDY ALENCAR)


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