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análise
Lula age sob temor de onda de desemprego
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Lula demonstra apetite para estimular o crescimento em
2009 ao editar a MP que permite emissão de títulos da dívida pública, sem limite, para
capitalizar o fundo soberano.
Na prática, poderá realizar
um superávit primário (economia do governo para pagar
juros da dívida pública) menor do que a meta de 3,8% do
PIB prevista para 2009.
A intenção do governo é
cumprir a meta de 3,8%, mas
Lula já deixou claro em conversas reservadas que poderá fazer economia menor e
gastar mais em investimentos para tentar crescer 4% ou
ao menos mais de 3%.
Lula está mais preocupado
com os efeitos da crise do que
deixa transparecer nos discursos otimistas. Teme onda
de desemprego e está disposto a amenizá-la com maior
gasto público. Avalia que já
demonstrou responsabilidade fiscal em seis anos de governo. Agora, quer priorizar
o crescimento, um dos esteios de sua popularidade recorde, junto com a rede de
proteção social.
Na visão de Lula, o futuro
presidente dos EUA, Barack
Obama, fará um enorme pacote de gastos públicos para
combater a crise. O petista
crê que terá discurso e ambiente político propícios para adotar a mesma receita.
O fundo soberano poderá
ser usado de forma agressiva
para capitalizar investimentos em infra-estrutura. Apesar dos recursos ficarem depositados no exterior, poderão ser transferidos a um
fundo de investimentos gerido pelo Banco do Brasil para
infra-estrutura.
Segundo auxiliares, Lula
está disposto a comprar briga com a oposição pelo fundo. O presidente julga que a
oposição perderá a batalha
política e vai tentar carimbá-la como contrária a medidas
de incentivo ao emprego e à
produção.
(KENNEDY ALENCAR)
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