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Vendas crescem em ritmo menor no Natal
Consumo teve alta de 2,8% entre os dias 18 e 24 no país em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Serasa
Taxa de crescimento foi quase a metade da apurada em 2007 em relação a 2006; várias cidades rebaixaram previsão de desempenho
Eduardo Knapp/Folha Imagem
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Movimento de consumidores ontem no shopping Bourbon, em São Paulo; para ACSP, liquidações devem ser maiores que em 2007
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DA AGÊNCIA FOLHA
DO "AGORA"
Com o aperto no crédito e a
perda de confiança na economia decorrentes da crise internacional, as vendas de Natal aumentaram neste ano, mas a
uma taxa mais modesta.
De acordo com dados da Serasa, o consumo entre os dias 18
e 24 de dezembro cresceu 2,8%
em relação ao mesmo período
de 2007, em nível nacional. O
ritmo caiu quase pela metade,
já que, no ano passado, a entidade apurou crescimento de
5,3% na mesma comparação
com o ano anterior.
"Foi um crescimento pequeno, mas sobre uma base forte.
Podemos dizer que tivemos um
desempenho razoável diante
das turbulências que estamos
sentindo", afirma o assessor
econômico da Serasa, Carlos
Henrique de Almeida.
Neste ano, os produtos mais
baratos dominaram as vendas.
Os eletroeletrônicos, por
exemplo, que em 2007 ocupavam o terceiro lugar entre os
mais vendidos, ficaram agora
na 12º posição de uma lista de
13 itens, disse Almeida. Os celulares continuam no topo das
vendas, seguidos pelo grupo
que inclui roupas, sapatos e
acessórios e pelo conjunto de
eletrodomésticos. "Houve uma
prevalência de presentes de
menor valor", diz Almeida.
Em São Paulo, as vendas
cresceram 1,65% entre o dia 1º e
25 de dezembro, segundo a
ACSP (Associação Comercial
de São Paulo), também em relação a igual período de 2007
-quando houve alta de 7,9%
sobre 2006. "Éramos felizes e
não sabíamos", diz o economista da ACSP Emilio Alfieri.
A desaceleração nas vendas,
prevê Alfieri, deverá levar a um
período de liquidações maior e
mais intenso. Enquanto no ano
passado, a desova do pós-Natal
concentrava-se especialmente
em itens de mostruário, agora
"deve haver maior queima de
estoque", segundo ele.
Quanto ao faturamento gerado pelas vendas, o comércio do
Estado de São Paulo teve alta
de 5% em relação a 2007, conforme sondagem da Fecomercio SP (Federação do Comércio
do Estado de São Paulo).
Nos shoppings, o mês de dezembro deve terminar com
crescimento de 3,5% nas vendas, conforme a Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de
Shopping). Houve uma diminuição do ritmo. Em dezembro
de 2007, o setor havia apurado
expansão de 10% a 12% na comparação com igual período do
ano anterior.
"Tivemos sobrecarga de informação sobre a crise. Só se falou nisso. É claro que as pessoas
perdem confiança, compram
menos", afirma Nabil Sahyoun,
presidente da Alshop.
Pelo Brasil
Para a vice-presidente da
CDL (Câmara de Dirigentes
Lojistas) de Porto Alegre (RS),
Carmen Flores, o crescimento
das vendas no mês de dezembro deve ser de até 6%, abaixo
dos 8% previstos inicialmente.
Flores aponta que o resultado se deve a uma "mudança de
comportamento" dos consumidores, que preferiram comprar
presentes mais baratos.
Em Recife, o presidente da
CDL, Silvio Vasconcelos, reviu
ontem a previsão de crescimento das vendas de dezembro
de 8% para 3%. Mesmo assim,
disse que o novo índice só será
alcançado se o comércio tiver
um bom desempenho neste últimos dias de 2008.
Segundo ele, muitos lojistas
de Recife já começaram as promoções para atingir suas metas
de venda. Para o presidente da
CDL, o resultado abaixo do esperado em dezembro é reflexo
da apreensão dos consumidores, que estão inseguros em relação ao futuro da economia e
preferiram não se endividar.
O presidente da CDL de
Goiânia, Melchior Luiz Duarte
de Abreu Filho, avalia que o comércio local deve registrar retração de 12% em relação ao
ano passado, quando faturou
cerca de R$ 60 milhões no mês.
Ele também disse que o resultado negativo está ligado à preferência dos consumidores por
presentes de menor valor.
"Nós estamos vivendo um cenário totalmente inverso ao do
Natal passado, à espera de um
primeiro trimestre de 2009
complicado, inclusive com desemprego. Então, não havia como achar que teríamos o mesmo desempenho de 2007."
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