São Paulo, terça, 28 de janeiro de 1997.

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DESEMPENHO
Instituição lucrou US$ 50 milhões no ano em que Henrique Meirelles virou presidente da matriz, nos EUA
Lucro do Banco de Boston cai 4,6% em 96

MILTON GAMEZ
da Reportagem Local

Os lucros do Banco de Boston caíram 4,6% em 96, interrompendo uma série de resultados crescentes que guindaram Henrique de Campos Meirelles, em julho passado, à presidência da matriz, o BankBoston, nos Estados Unidos.
O lucro do Boston após os impostos cedeu de US$ 52,8 milhões em 95 para US$ 50,4 milhões. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido (US$ 358 milhões), que mede o retorno do capital investido no banco pela matriz, caiu de 14,8% em 95 para 14,1%.
``Investimos muito na modernização do banco para sustentarmos a ampliação do atendimento. Por isso as despesas foram muito elevadas e reduziram o resultado final. Ainda assim, é um bom resultado'', disse Alex Zornig, diretor de finanças do Boston.
Os resultados do Boston no Brasil representaram, em 96, cerca de 9% dos lucros da matriz nos países em que opera.
Zornig explicou que a instituição investiu US$ 51 milhões em tecnologia, mais que o dobro dos US$ 20 milhões de 96 e seis vezes a cifra do ano anterior, US$ 8 milhões.
``O varejo nunca foi nosso carro forte, por isso precisamos trazer tecnologia de ponta. Quase metade dos investimentos mundiais do BankBoston em informática foram no Brasil'', afirmou Zornig.
O Boston abriu quatro novas agências no ano passado, elevando a rede para 30 pontos de atendimento em dezembro, e preparou-se para abrir mais oito neste semestre.
Além disso, a verba publicitária dobrou para US$ 8 milhões. O banco gastou US$ 7 milhões a mais do que previa por conta do dissídio dos bancários (10% de aumento, abono de 45% do salário em outubro). Isso, sem contar a contratação de altos executivos para substituir Meirelles na diretoria.
No final, as despesas operacionais cresceram 53% para US$ 228,5 milhões.
``Teremos o retorno desses investimentos neste ano'', espera Zornig.
As perdas de crédito chegaram a US$ 1,5 milhão, para um total de ativos de US$ 7,1 bilhões.
Mas os esforços do Boston para crescer estão dando resultados em outras frentes, que não a última linha do balanço. O número de clientes pessoa física passou de 33,3 mil para 51,5 mil (alta de 53%). O número de portadores do cartão de crédito Boston Visa chegou a 200 mil.
A captação de recursos disparou. O total de dinheiro nos fundos de investimento subiu de US$ 2,5 bilhões para US$ 3,7 bilhões e hoje alcança US$ 4 bilhões.
Na caderneta de poupança, os recursos captados cresceram de US$ 17 milhões para US$ 179 milhões e já somam US$ 210 milhões.
``A CPMF ajudou a captação'', lembrou Zornig, a respeito do novo ``imposto sobre o cheque''.

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