UOL


São Paulo, terça-feira, 28 de janeiro de 2003

Próximo Texto | Índice

PAINEL S/A

Agenda não tão perdida
Marcos Lisboa, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, está reunindo uma turma de jovens economistas para traçar cenários para a economia, a exemplo da experiência vivida por ele na "Agenda Perdida".

Sotaque carioca
Nesse trabalho, Lisboa -que coordenou a "Agenda Perdida" com o economista José Alexandre Scheinkman- conta com o apoio de economistas do BNDES, Ipea e IBGE e dos núcleos de pós-graduação de escolas como FGV, PUC e UFRJ, todas localizadas no Rio.

Orçamento plurianual
Lisboa pretende, com o trabalho, apresentar um orçamento fiscal plurianual para poder depender menos de receitas extraordinárias e aumentos de impostos para obtenção de superávits primários, como ocorreu no governo FHC.

Tecidos ao mar
O setor têxtil irá promover, a partir de 15 de fevereiro, o "Cruzeiro da Moda". Um navio sairá de Santos (SP) com convidados de 80 expositores, que promoverão desfiles e rodadas de negociações. O cruzeiro segue até São Francisco do Sul (SC).

Falta de opção
Roberto Segatto (Abracex) garante que balança comercial vai fechar o primeiro mês do novo governo com um saldo de US$ 1 bilhão. Sinal de que o mercado interno continua retraído. "As empresas estão exportando por falta de opção."

Blitz 1
Além de Horacio Piva (Fiesp), Armando Monteiro (CNI) também fez, nos últimos dias, um périplo por vários ministérios. Esteve com Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), José Dirceu (Casa Civil), Jaques Wagner (Trabalho) e Cristovam Buarque (Educação).

Blitz 2
Monteiro (CNI) já tem agendados encontros com Roberto Amaral (Tecnologia), Celso Amorim (Relações Exteriores) e Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência).

Parceria
Para Horacio Piva (Fiesp), essa blitz mostra que a indústria está encontrando boa receptividade no governo para mostrar suas demandas, fazer parcerias e oferecer programas aos ministérios. As portas do governo se abrem à indústria.

Novo superávit...
Carlos Langoni, ex-presidente do BC e economista da FGV, diz que o governo poderia adotar uma política fiscal mais forte e fechar uma nova meta de superávit fiscal de 4,5% do PIB para este ano.

...novas receitas
Não é difícil atingir uma meta nesse patamar, na avaliação de Langoni. "As receitas orçamentárias deste ano foram subestimadas, com uma projeção de inflação entre 6% e 6,5%, enquanto a correção deve atingir pelo menos 8,5%", diz. Basta o governo não gastar mais.

Mais recursos
A Motorola acaba de anunciar a ampliação dos investimentos em sua linha de produção neste ano. Além dos US$ 9 milhões anunciados em novembro, a indústria irá investir mais US$ 4 milhões. A venda de celulares 30% superior ao projetado para 2002 foi um dos motivos.

E-mail -
guilherme.barros@uol.com.br


ANÁLISE

Jogo perigoso

A estratégia do novo governo de aumentar os juros para conquistar a confiança do mercado é um jogo perigoso, avalia Luiz Carlos Bresser Pereira (FGV), em comentário feito em seu site. Para ele, a intenção do presidente Lula e do ministro Palocci (Fazenda) é mudar aos poucos, com paciência, para terminar o governo com um bom resultado. "E realmente é preciso muita paciência." O governo anterior, diz, "construiu confiança" durante oito anos. "O jogo de construção de confiança é muito perigoso, até porque o juiz do jogo está vendido para o adversário."


NO MERCADO

Após as fortes quedas sofridas nas duas primeiras semanas do ano, a BR Distribuidora foi o destaque positivo do Ibovespa. Em um dia de baixas na Bolsa, a ação preferencial da empresa subiu 5% e recuperou parte das perdas recentes.


FRASE

No jogo de construir confiança, o juiz está vendido para o adversário


Luiz Carlos Bresser Pereira, da FGV, a respeito do aumento de juros


Próximo Texto: Custo do dinheiro: Consumidor paga juro maior que empresa
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.