UOL


São Paulo, terça-feira, 28 de janeiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ENERGIA

Companhia nega que controladora francesa EDF vá devolver concessão

Light monta plano para deter perdas

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Em dificuldades financeiras, a distribuidora de energia elétrica Light montou um programa de reestruturação com o objetivo de voltar a dar lucro ou, pelo menos, reequilibrar suas contas em 2005.
A companhia anunciou que enxugará sua estrutura, colocou à venda a sede na praia do Flamengo (zona sul do Rio de Janeiro) e planeja cortar R$ 100 milhões em custos ainda neste ano.
A Light nega que a controladora da companhia, a francesa EDF, deixará o país ou devolverá ao governo federal a concessão caso o plano não apresente os resultados esperados.
"A EDF não trabalha com a hipótese de não atingir as metas", disse à Folha, por e-mail, Jean Pierre Bel, executivo francês que preside a Light desde outubro de 2002. Foi uma resposta a uma questão que abordava a possível saída da EDF do país.
Bel foi enviado ao Brasil tendo como uma das missões estancar a crise que afeta a Light e impedir que a matriz tenha de realizar sucessivos aportes de recursos à subsidiária.
"Um dos objetivos do Plano de Crise [como a Light denomina a reestruturação" é evitar a necessidade de novos aportes de capital por parte da EDF", disse.
Em 2002, depois de já ter realizado uma megaoperação de aporte no valor de US$ 1 bilhão, a EDF teve de socorrer a Light mais uma vez no fim do ano, quando a companhia estava inadimplente com a geradora Furnas. Foram alocados mais US$ 200 milhões. Com os recursos, o endividamento da companhia caiu 50%, para US$ 1,28 bilhão.
Desde 1999 a Light registra perdas em seus balanços. Em 2002, o prejuízo acumulado até setembro, último dado disponível, chegou a R$ 407 milhões.
Entre as principais causas da crise, a Light cita a queda do consumo em 17% na sua área de concessão desde o racionamento.
O Plano de Crise prevê o enxugamento da estrutura administrativa, com redução de superintendências -de 33 para 25-, e menores benefícios sociais aos empregados com a finalidade de evitar demissões.
A companhia, que atende a 3,5 milhões de clientes de 31 municípios no Estado do Rio, foi dividida em cinco regionais. Cada uma terá mais autonomia para combater a inadimplência e o roubo de energia.
Essas são duas das principais metas da reestruturação.


Texto Anterior: Em transe: Dólar oscila, e empresa não se protege
Próximo Texto: Panorâmica - Mesa: Folha promove amanhã debate com Pascal Lamy, comissário de Comércio da UE
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.