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ENERGIA
Companhia nega que controladora francesa EDF vá devolver concessão
Light monta plano para deter perdas
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Em dificuldades financeiras, a
distribuidora de energia elétrica
Light montou um programa de
reestruturação com o objetivo de
voltar a dar lucro ou, pelo menos,
reequilibrar suas contas em 2005.
A companhia anunciou que enxugará sua estrutura, colocou à
venda a sede na praia do Flamengo (zona sul do Rio de Janeiro) e
planeja cortar R$ 100 milhões em
custos ainda neste ano.
A Light nega que a controladora
da companhia, a francesa EDF,
deixará o país ou devolverá ao governo federal a concessão caso o
plano não apresente os resultados
esperados.
"A EDF não trabalha com a hipótese de não atingir as metas",
disse à Folha, por e-mail, Jean
Pierre Bel, executivo francês que
preside a Light desde outubro de
2002. Foi uma resposta a uma
questão que abordava a possível
saída da EDF do país.
Bel foi enviado ao Brasil tendo
como uma das missões estancar a
crise que afeta a Light e impedir
que a matriz tenha de realizar sucessivos aportes de recursos à
subsidiária.
"Um dos objetivos do Plano de
Crise [como a Light denomina a
reestruturação" é evitar a necessidade de novos aportes de capital
por parte da EDF", disse.
Em 2002, depois de já ter realizado uma megaoperação de aporte no valor de US$ 1 bilhão, a EDF
teve de socorrer a Light mais uma
vez no fim do ano, quando a companhia estava inadimplente com
a geradora Furnas. Foram alocados mais US$ 200 milhões. Com
os recursos, o endividamento da
companhia caiu 50%, para US$
1,28 bilhão.
Desde 1999 a Light registra perdas em seus balanços. Em 2002, o
prejuízo acumulado até setembro, último dado disponível, chegou a R$ 407 milhões.
Entre as principais causas da
crise, a Light cita a queda do consumo em 17% na sua área de concessão desde o racionamento.
O Plano de Crise prevê o enxugamento da estrutura administrativa, com redução de superintendências -de 33 para 25-, e menores benefícios sociais aos empregados com a finalidade de evitar demissões.
A companhia, que atende a 3,5
milhões de clientes de 31 municípios no Estado do Rio, foi dividida em cinco regionais. Cada uma
terá mais autonomia para combater a inadimplência e o roubo de
energia.
Essas são duas das principais
metas da reestruturação.
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