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PÚBLICO E PRIVADO
Ministro diz que mudanças foram reivindicadas pelos empresários, que agora querem elevar preços
Palocci critica reajuste vinculado à Cofins
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) criticou ontem os
empresários que estão justificando aumento de preços por causa
das mudanças na Cofins (Contribuição para o Financiamento da
Seguridade Social). Segundo ele,
as alterações foram reivindicadas
pelos próprios empresários.
Ontem, empresários da área de
transporte de carga pediram ao
ministro que excluísse o setor das
novas regras. O presidente da Associação Nacional de Transportes
de Carga e Logística, Geraldo
Vianna, disse que o ministro sugeriu ao setor que repassasse o aumento da Cofins de 3% para 7,6%
para os preços.
"Recebemos a orientação de
que isso seja repassado para os
clientes porque gerará um crédito
tributário para eles mais tarde",
disse Vianna. "Eu não dei nenhuma orientação para nenhum setor
aumentar preços. Mas apenas a
de que eles utilizem os instrumentos legais em seu benefício. O setor deve ter créditos de Cofins a
receber", afirmou Palocci. As mudanças na Cofins, que começam
no mês que vem, fazem as empresas ter direito a um crédito sobre o
"excesso" de contribuição pago
nas etapas anteriores da produção
de um bem. O tributo incide sobre o faturamento das empresas.
Sem o crédito, afirmou Palocci,
a alíquota atual de 3% chega, na
prática, a 15% em alguns setores
por causa do efeito "cascata".
Ontem, o ministério anunciou
que será editada uma medida
provisória para regulamentar a
incidência de PIS (Programa de
Integração Social) e Cofins sobre
produtos importados. Esses produtos passarão a pagar 9,25% de
contribuições a partir de maio.
Com as mudanças de fevereiro,
o governo já conseguirá tributar a
maior parte dos importados por
via indireta. Ou seja, o insumo
importado utilizado na produção
não gera crédito para o empresário nacional. Mas os bens importados finais escapam dessa tributação. Em maio, esses bens finais
serão tributados, mas os empresários começarão a ter crédito sobre as contribuições já pagas.
De acordo com o Ministério da
Fazenda, não estarão sujeitas ao
pagamento de contribuições sociais as importações de partidos
políticos, escolas, missões diplomáticas, representações estrangeiras e instituições científicas.
Também não pagarão as pessoas físicas que importam via
Correios os bens de lojas francas e
objetos de arte recebidos por museu. As contribuições incidirão
sobre o valor do bem mais o Imposto de Importação e do ICMS.
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