São Paulo, quarta-feira, 28 de janeiro de 2004

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CRÉDITO

Taxa para pessoas jurídicas subiu 10,9% em 2003, informa a Serasa

Inadimplência cresce na indústria

DA REPORTAGEM LOCAL

O ritmo de expansão da inadimplência do consumidor no país caiu em 2003. No entanto, para as empresas, o comportamento foi inverso. Juros reais ainda elevados e baixa atividade econômica "travaram" o orçamento das companhias no ano passado.
Como resultado, a inadimplência de pessoas jurídicas -que cresceu 5,2% em 2002- registrou uma alta bem maior, de 10,9%, em 2003, em relação ao levantamento do ano anterior.
Ao se somarem os indicadores, o ritmo da expansão da inadimplência total (inclui pessoas físicas e jurídicas), no entanto, apresentou queda no ano passado.
Na análise da Serasa (Centralização de Serviços Bancários) que apresentou os números ontem, "foram as empresas menos capitalizadas que tiveram as maiores dificuldades para honrar com seus compromissos" em 2003.
Companhias de menor porte tiveram de lidar com a forte queda na renda, a redução na demanda e, consequentemente, o aumento nos custos de estocagem em um cenário de queda muito lenta nos juros para empréstimos. As empresas captam recursos em bancos para capital de giro, principalmente. Esse quadro pressionou o caixa das companhias e aumentou as dificuldades do setor em quitar os débitos.
Segundo dados do levantamento, o atraso no pagamento pelas empresas gera volume expressivo de títulos protestados de bancos e fornecedores em cartórios. É por meio dos títulos que os credores, na maioria das vezes, cobram o valor não pago, segundo estudo da entidade.

Pessoas físicas
De janeiro a dezembro de 2003, a inadimplência de pessoas físicas cresceu 5,2% em relação ao mesmo intervalo de 2002. A taxa é inferior à apurada no período anterior. Em 2002, a taxa de inadimplência apresentou um crescimento de 23,9% sobre 2001. Segundo o Departamento de Economia da Serasa, houve uma desaceleração, portanto. No caso do consumidor, ocorreu uma queda na taxa porque o trabalhador se esforçou, durante todo o ano passado, para pagar dívidas em atraso com lojas e bancos em geral.
Entre os meios de pagamento analisados, o cheque sem fundos ainda tem a maior taxa de inadimplência, mas está perdendo peso. Isso porque o registro de clientes com débitos nos bancos, por meio de empréstimos, tem crescido. (ADRIANA MATTOS)


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