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TRABALHO
Segundo pesquisa do instituto, Rio lidera em carga horária semanal, mas perde para São Paulo no quesito renda média
Carioca trabalha mais do que paulista, diz IBGE
JANAINA LAGE
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
Números do IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística) parecem derrubar o mito de
que o paulista trabalha mais do
que o carioca. Entre as seis principais regiões metropolitanas pesquisadas pelo instituto, o Rio lidera o ranking de jornada média semanal de horas efetivamente trabalhadas em 2005 (41,6 horas).
Famosos pelo perfil "workaholic", os paulistas aparecem em segundo lugar, com uma jornada
média de 41,3 horas. A média das
seis regiões ficou em 41 horas semanais.
No Rio, a jornada média de trabalho superou a de São Paulo
também no ano anterior, apesar
de o dado ter sido divulgado apenas agora pelo IBGE. Em 2004, a
jornada paulista foi de 41,4 horas e
a carioca, de 41,6 horas.
Se a liderança na carga horária
de trabalho ficou com os cariocas,
no quesito renda média mensal o
Rio ocupa um modesto quarto lugar, com R$ 919,95. Nesse caso, os
paulistas disparam na frente com
um salário médio de R$ 1.110,27.
Segundo o IBGE, um dos fatores
que explicam a liderança carioca
na jornada de trabalho é a grande
participação dos chefes de família, que trabalham mais horas, no
contigente de trabalhadores. Nas
demais regiões, a proporção entre
chefes de família e os demais entes
é mais equilibrada. O IBGE destaca que o Rio é a única em que mais
da metade da população ocupada
é formada por chefes de família.
De acordo com o instituto, o Rio
é a região metropolitana com menor participação de outros membros da família (mulheres e jovens): com 48,3%. Em São Paulo,
a participação dos demais membros é de 51,4%. "Como jovens e
mulheres têm menor participação na população ocupada, os
chefes de família precisam trabalhar mais horas", afirmou Cimar
Azeredo, gerente da pesquisa.
Já a renda menor é explicada
por Azeredo pela maior participação dos setores de comércio e de
serviços no Rio, que apresentam
remuneração tradicionalmente
menor do que a da indústria.
Em compensação, o Rio tem a
maior participação de pessoas
ocupadas com 50 anos ou mais,
com 21,8%. Segundo o IBGE, o resultado é influenciado pela maior
concentração de pessoas nessa
faixa etária na região. Em São
Paulo, a participação é de 17%.
O carioca fica mais tempo no
mesmo emprego, o que ajuda a
ampliar vínculos e a dedicação,
diz o IBGE. No Rio, as pessoas
empregadas no mesmo local há
mais de dois anos chegam a 72%.
Em São Paulo, são 66,5%.
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