São Paulo, sábado, 28 de janeiro de 2006

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TRABALHO

Segundo pesquisa do instituto, Rio lidera em carga horária semanal, mas perde para São Paulo no quesito renda média

Carioca trabalha mais do que paulista, diz IBGE

JANAINA LAGE
DA FOLHA ONLINE, NO RIO

Números do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) parecem derrubar o mito de que o paulista trabalha mais do que o carioca. Entre as seis principais regiões metropolitanas pesquisadas pelo instituto, o Rio lidera o ranking de jornada média semanal de horas efetivamente trabalhadas em 2005 (41,6 horas).
Famosos pelo perfil "workaholic", os paulistas aparecem em segundo lugar, com uma jornada média de 41,3 horas. A média das seis regiões ficou em 41 horas semanais.
No Rio, a jornada média de trabalho superou a de São Paulo também no ano anterior, apesar de o dado ter sido divulgado apenas agora pelo IBGE. Em 2004, a jornada paulista foi de 41,4 horas e a carioca, de 41,6 horas.
Se a liderança na carga horária de trabalho ficou com os cariocas, no quesito renda média mensal o Rio ocupa um modesto quarto lugar, com R$ 919,95. Nesse caso, os paulistas disparam na frente com um salário médio de R$ 1.110,27.
Segundo o IBGE, um dos fatores que explicam a liderança carioca na jornada de trabalho é a grande participação dos chefes de família, que trabalham mais horas, no contigente de trabalhadores. Nas demais regiões, a proporção entre chefes de família e os demais entes é mais equilibrada. O IBGE destaca que o Rio é a única em que mais da metade da população ocupada é formada por chefes de família.
De acordo com o instituto, o Rio é a região metropolitana com menor participação de outros membros da família (mulheres e jovens): com 48,3%. Em São Paulo, a participação dos demais membros é de 51,4%. "Como jovens e mulheres têm menor participação na população ocupada, os chefes de família precisam trabalhar mais horas", afirmou Cimar Azeredo, gerente da pesquisa.
Já a renda menor é explicada por Azeredo pela maior participação dos setores de comércio e de serviços no Rio, que apresentam remuneração tradicionalmente menor do que a da indústria.
Em compensação, o Rio tem a maior participação de pessoas ocupadas com 50 anos ou mais, com 21,8%. Segundo o IBGE, o resultado é influenciado pela maior concentração de pessoas nessa faixa etária na região. Em São Paulo, a participação é de 17%.
O carioca fica mais tempo no mesmo emprego, o que ajuda a ampliar vínculos e a dedicação, diz o IBGE. No Rio, as pessoas empregadas no mesmo local há mais de dois anos chegam a 72%. Em São Paulo, são 66,5%.


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