São Paulo, quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

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Relação com a Argentina sofre turbulências

THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES

O aumento, pelo Brasil, da burocracia para ingresso de importados no país marca novo round de desavenças com a Argentina, terceiro parceiro comercial do país.
Embora o Ministério do Desenvolvimento tenha dito que a medida é um método comum de monitoramento estatístico, a decisão não deixa de ser uma resposta ao vizinho, que vem ampliando restrições a importações desde setembro.
Somente neste mês, a Argentina abriu investigação sobre suposto dumping (venda a preços inferiores ao custo) na importação de multiprocessadores de alimentos do Brasil e da China, adotou licenças não-automáticas para importação de pneus e passou a controlar as compras externas de produtos da cadeia do alumínio.
A denúncia de dumping foi feita pela empresa Liliana SRL. Tem como principal alvo a filial brasileira da Philips -segundo apuração preliminar, a empresa aumentou em 300% suas vendas do eletrodoméstico à Argentina em 2008. O governo argentino espera resposta da empresa.
Sobre as travas a importações de pneus, a Argentina diz que visam proteger o país de uma invasão chinesa. Ocorre que 54% dos pneus importados em 2008 pela Argentina são do Brasil, e apenas 9%, da China.
Produtos submetidos ao regime de licenças não-automáticas devem ter autorização do governo para entrar no país. Na Argentina, itens como calçados, têxteis, brinquedos e linha branca -considerados sensíveis pelo governo- estão no regime.
Anteontem, durante reunião de acompanhamento do comércio bilateral em Buenos Aires, a delegação brasileira levou ao governo argentino queixas de brasileiros.
Pelo lado argentino, o secretário da Indústria, Fernando Fraguio, manifestou anteontem "forte preocupação" pelo fluxo comercial bilateral amplamente favorável ao Brasil e destacou que a prioridade do país hoje é a "proteção do emprego".


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