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Relação com a Argentina sofre turbulências
THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES
O aumento, pelo Brasil, da
burocracia para ingresso de
importados no país marca
novo round de desavenças
com a Argentina, terceiro
parceiro comercial do país.
Embora o Ministério do
Desenvolvimento tenha dito
que a medida é um método
comum de monitoramento
estatístico, a decisão não deixa de ser uma resposta ao vizinho, que vem ampliando
restrições a importações
desde setembro.
Somente neste mês, a Argentina abriu investigação
sobre suposto dumping
(venda a preços inferiores ao
custo) na importação de
multiprocessadores de alimentos do Brasil e da China,
adotou licenças não-automáticas para importação de
pneus e passou a controlar as
compras externas de produtos da cadeia do alumínio.
A denúncia de dumping foi
feita pela empresa Liliana
SRL. Tem como principal alvo a filial brasileira da Philips -segundo apuração preliminar, a empresa aumentou em 300% suas vendas do
eletrodoméstico à Argentina
em 2008. O governo argentino espera resposta da empresa.
Sobre as travas a importações de pneus, a Argentina
diz que visam proteger o país
de uma invasão chinesa.
Ocorre que 54% dos pneus
importados em 2008 pela
Argentina são do Brasil, e
apenas 9%, da China.
Produtos submetidos ao
regime de licenças não-automáticas devem ter autorização do governo para entrar
no país. Na Argentina, itens
como calçados, têxteis, brinquedos e linha branca -considerados sensíveis pelo governo- estão no regime.
Anteontem, durante reunião de acompanhamento
do comércio bilateral em
Buenos Aires, a delegação
brasileira levou ao governo
argentino queixas de brasileiros.
Pelo lado argentino, o secretário da Indústria, Fernando Fraguio, manifestou
anteontem "forte preocupação" pelo fluxo comercial bilateral amplamente favorável ao Brasil e destacou que a
prioridade do país hoje é a
"proteção do emprego".
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