SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA

Cerca de 40% dos 3.000 metalúrgicos de Açailândia (MA) foram demitidos desde outubro de 2008 como reflexo da crise global, segundo o sindicato da categoria.
A principal atividade econômica da cidade é a produção de ferro-gusa para exportação, cuja demanda mundial sentiu fortemente o impacto da crise. Açailândia tem cerca de 100 mil habitantes e PIB per capita de R$ 13.260 (no Estado, o PIB per capita é de R$ 4.628).
No município, estão instaladas cinco siderúrgicas, sendo que uma delas está com a produção parada. A produção de ferro-gusa gera entre 15 mil e 20 mil empregos indiretos na região, como a produção de carvão, que também sentiu a crise.
O secretário da Indústria, Comércio e Turismo de Açailândia, José Melgaço, disse que o impacto das demissões só não foi maior no comércio e nos serviços porque os trabalhadores ainda estão recebendo salário-desemprego. Mas, sem que haja uma retomada das exportações, a situação tende a se agravar.
Segundo a Prefeitura de Açailândia, a queda na produção já gerou redução na arrecadação de ICMS, que representa 35% da receita do município. Em dezembro, a redução chegou a 20% em relação ao período anterior à crise. Segundo o secretário, já foi observada uma queda de 30% nas vendas em comparação com outubro.
O presidente do presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Metalúrgica, José Bernardo Sampaio, disse que não há previsão para o fim das demissões. Na próxima semana, serão homologadas nove demissões em uma siderúrgica e 55 em uma oficina que presta serviço para siderúrgicas.
Ele diz que as empresas sugeriram reduzir o valor pago pelas hora extras e ao adicional noturno, mas os trabalhadores não aceitaram. Segundo o presidente, não havia garantia de que as demissões iriam parar.


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