São Paulo, sábado, 28 de fevereiro de 2009

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Bolsa escapa da baixa no dia, mas cai 1,3% na semana

Dia ruim no exterior leva dólar a ter nova alta, de 1%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bovespa conseguiu escapar de terminar o pregão no vermelho, em mais um dia marcado pelo pessimismo nos EUA. Além da retração mais forte no PIB norte-americano do que o esperado, a troca de ações do Citigroup, que elevará a participação do governo no banco, concentrou as atenções dos investidores. Depois de muito sobe-e-desce, o índice Ibovespa terminou praticamente estável, com ligeira alta de 0,01%.
Em Wall Street, onde as ações do Citigroup desabaram 39%, o índice Dow Jones fechou com depreciação de 1,66%, para 7.062 pontos -o menor nível desde 1997.
A Bovespa operou boa parte do dia colada ao mercado norte-americano e chegou a registrar queda de 2,24% em seu pior momento de ontem. Na máxima, subiu 1,63%. As ações da Petrobras e da Vale acabaram por ditar a oscilação da Bovespa. Os papéis das duas companhias responderam por quase 47% da movimentação total.
O papel preferencial da Petrobras, que subiu 3% na máxima do dia, encerrou o pregão com baixa de 0,45%. Seu papel ordinário subiu 0,61%. E a ação preferencial "A" da Vale teve alta de 1,01%.
"O mercado financeiro lá fora teve um dia bem ruim, devido aos indicadores econômicos e ao caso do Citibank", afirmou Luiz Roberto Monteiro, assessor de investimentos da corretora Souza Barros.
O dólar acabou por encerrar o dia vendido a R$ 2,37, com alta de 1,02%. No ano, a moeda americana passou a registrar apreciação de 1,54%.
Na semana mais curta devido ao feriado de Carnaval, o índice Ibovespa, que reúne as 66 ações mais negociadas na Bolsa, registrou queda de 1,37%. De seus papéis, 33 subiram, 32 caíram e 1 ficou estável no período.
"Com o noticiário externo ruim, acreditamos que nos próximos dias a Bolsa de Valores brasileira siga operando com viés negativo, mantendo forte volatilidade", afirmou Julio Martins, diretor da Prosper Gestão de Recursos.
Em meio a dados econômicos desanimadores, o mercado acionário mundial tem encontrado dificuldades para interromper um período de perdas que se estende há meses. Ontem, a Bolsa de Londres recuou 2,18%; em Frankfurt, a queda ficou em 2,51%.
O PIB americano no quarto trimestre de 2008 apresentou recuo de 6,2%, enquanto as previsões apontavam para queda inferior a 5,5%. O Japão anunciou que a produção industrial no país caiu 10% em janeiro. Na zona do euro, foi divulgado que a taxa de desemprego subiu de 8,1% em dezembro para 8,2% em janeiro.
Com todos esses sinais de maior retração da economia mundial, o petróleo acabou por não sustentar a apreciação que vinha registrando nos últimos dias. Ontem, em Nova York, o barril de petróleo caiu 1,02%, para US$ 44,76.
Com o petróleo encerrando o mês em níveis mais elevados, a ação ON da Petrobras acabou por se destacar na semana, com apreciação de 3,8%.
Entre as maiores baixas da semana, apareceram as ações preferenciais da Gerdau, que recuaram 6,08%.
Ontem, as ações da Gerdau encerraram com perdas de 1,08% (ON) e 0,93% (PN), após a agência Standard & Poor's colocar a nota de crédito atribuída à empresa em "observação negativa" -o que significa que pode ser rebaixada. Para justificar a decisão, a agência fala em "deterioração na rentabilidade e na geração de caixa" da empresa, devido às "condições econômicas adversas na América do Norte e nos mercados de exportação do Brasil".


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