São Paulo, sábado, 28 de fevereiro de 2009

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Dólar é destaque no mês com valorização de 2,2%

Bolsa de Valores não sustenta ganhos e recua 2,8%

DA REPORTAGEM LOCAL

A piora do mercado internacional nas últimas semanas acabou por levar o dólar a encerrar o mês com valorização de 2,24% diante do real, cotado a R$ 2,37. Na outra ponta, a Bolsa de Valores de São Paulo terminou fevereiro com queda acumulada de 2,84%.
Como aplicar em dólares não é uma opção muito procurada atualmente, os investidores que investem em fundos e títulos que pagam juros tiveram de se contentar com um retorno menos animador do que o verificado há alguns meses. Isso porque a taxa básica Selic -referência para os juros praticados no mercado- está em processo de redução.
Os fundos de renda fixa vão pagar, na média, 0,92% em fevereiro. Até mesmo o CDB (Certificado de Depósito Bancário), que foi o destaque de 2008, mostrou-se menos atrativo no mês, com taxa média de 0,81%. A poupança pagou apenas 0,55% no mês.
A taxa básica Selic foi reduzida na primeira reunião deste ano do Copom (Comitê de Política Monetária), de 13,75% para 12,75%. Para o fim de 2009, a previsão do mercado é que a taxa esteja em 10,5%. Dessa forma, as aplicações que pagam juros tendem a ter retorno ainda menor com o passar dos meses.
A Bovespa começou o mês em ritmo forte, mas acabou por sucumbir à piora do cenário norte-americano. A elevação das preocupações com o setor bancário dos EUA estancou a entrada de recursos externos na Bovespa, o que tirou fôlego do mercado acionário brasileiro. No ano, a alta da Bolsa está em apenas 1,69%.
"O desempenho da Bolsa no próximo mês vai depender muito das notícias referentes ao setor bancário norte-americano. Essa dependência do cenário externo acaba por dificultar as previsões para a Bovespa", afirma Luiz Roberto Monteiro, assessor de investimentos da corretora Souza Barros.
O índice Ibovespa, principal referência do mercado acionário local, chegou a acumular valorização de 8,8% na primeira semana deste mês. Nesse período, o apetite dos estrangeiros por papéis de companhias brasileiras estava bem forte.
O saldo das operações dos estrangeiros, que alcançou R$ 2,2 bilhões no dia 9, recuou para R$ 562 milhões no dia 20. Em 2008, a saída de capital externo da Bolsa, a partir de junho, teve grande peso na queda de 41,2% registrada pelo Ibovespa.
(FABRICIO VIEIRA)


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