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Desenvolvimento verde na Amazônia engatinha
DA REDAÇÃO
Outro setor estratégico ainda
subexplorado é o de florestas.
Vista como a principal estratégia do governo para fomentar a
economia sustentável na Amazônia, a concessão de florestas
públicas, aprovada em 2006
com a expectativa de licitar 13
milhões de hectares em dez
anos, só licitou 96 mil até agora.
Apenas no setor madeireiro,
as florestas que podem ser licitadas têm potencial para girar
ao menos US$ 1,8 bilhão ao ano,
estima Roberto Waack, presidente da Amata, empresa que
levou um lote de Jamari (RO).
O valor é ampliado quando se
consideram o extrativismo e as
cadeias industriais da madeira.
Antônio Carlos Hummel, diretor-geral do Serviço Florestal
Brasileiro, afirma que "a previsão da época esqueceu as instruções processuais", como a
necessidade de criar plano de
manejo, fazer consultas públicas e obter autorizações ambientais. Neste semestre, 700
mil ha deverão ser concedidos.
Na mata densa, a economia
pode ser turbinada com ecoturismo, serviços ambientais e
extrativismo em cadeias produtivas para produzir fármacos, diz Roberto Smeraldi, da
ONG Amigos da Terra e autor
de "O Novo Manual de Negócios Sustentáveis" (2009).
"Na Europa, estão avançando nessa indústria sustentável
e moderna. Esse papo [de só
preservação] fica para nós. Estamos perdendo tempo", diz a
geógrafa Bertha Becker.
Em 2008, ela e outros cinco
cientistas produziram um documento que propunha uma
"revolução científica e tecnológica" na região: em dez anos,
com investimentos de R$ 3 bilhões anuais, três institutos de
pesquisa e duas universidades
começariam a inventar formas
de agregar valor a produtos locais e de inseri-los globalmente. "Até agora, não saiu nada.
Mas deram mais dinheiro para
bolsas [de pesquisa] na região."
No fim de 2008, o Ministério
de Ciência e Tecnologia criou a
Rede de Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal,
para desenvolver projetos de
pesquisa e formar doutores. Os
recursos da rede somarão R$ 19
milhões, entre 2009 e 2010.
Para o ministro Sergio Rezende, a base institucional "está crescendo". Ele cita a criação
da Rede Clima em 2008, de um
futuro centro de pesquisa, em
cooperação com a França, em
Macapá (AP), e de oito institutos nacionais de ciência e tecnologia no Pará e no Amazonas.
"Estamos avançando num ritmo que, se não é ideal, é o mais
rápido que o Brasil já teve."
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