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METALÚRGICOS
Paralisações continuam
Mais 22 empresas dão reajuste de 10% em SP
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
No segundo dia de greve patrocinada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, ligado à
Força Sindical, mais 22 empresas
aceitaram reajustar em 10% os salários dos seus empregados a partir de abril sob a forma de antecipação salarial. Em dois dias, 41
acordos foram fechados, beneficiando 17.600 trabalhadores.
Hoje, 23 empresas, com 13 mil
empregados, devem permanecer
em greve. A expectativa de Eleno
José Bezerra, presidente do sindicato, porém, é que novos acordos
sejam realizados hoje. Só na segunda os sindicalistas deverão
programar novas paralisações.
"A nossa idéia é fechar hoje
acordos com as empresas que estão em greve e começar a parar
outras a partir de segunda", diz
Bezerra. O sindicato reivindica a
reposição da inflação de novembro de 2002 a fevereiro deste ano
(de 10,39% pelo INPC, do IBGE).
A estratégia é parar empresa por
empresa porque a entidade não
conseguiu fechar um acordo coletivo com os empresários.
"Esses dois dias nos mostraram
que os empresários estão entendendo as dificuldades dos trabalhadores. As empresas são mais
sensíveis do que as instituições
que as representam." Bezerra se
refere às recentes declarações de
Clarice Messer (Fiesp) de que os
sindicatos tinham de escolher entre reajuste de salário e demissão.
Nas negociações com as empresas, diz Bezerra, os empresários
estão entendendo que é melhor
ter na fábrica um funcionário satisfeito -e, portanto, mais produtivo. "O fato é que estamos fechando mais acordo do que imaginávamos."
Dráusio Rangel, coordenador
de negociação do Sindipeças (autopeças), do Sindiforja (forjarias)
e do Sinpa (parafusos), informa
que as empresas não vão aceitar a
antecipação do reajuste nos salários dos empregados.
"Os aumentos de custos de insumos já estão no limite. Se formos forçados a reajustar os salários, vai haver demissão. Mas as
indústrias que têm condições de
pagar mais para os empregados
estão livres para fazer isso."
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