UOL


São Paulo, sexta-feira, 28 de março de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

METALÚRGICOS

Paralisações continuam

Mais 22 empresas dão reajuste de 10% em SP

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

No segundo dia de greve patrocinada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, ligado à Força Sindical, mais 22 empresas aceitaram reajustar em 10% os salários dos seus empregados a partir de abril sob a forma de antecipação salarial. Em dois dias, 41 acordos foram fechados, beneficiando 17.600 trabalhadores.
Hoje, 23 empresas, com 13 mil empregados, devem permanecer em greve. A expectativa de Eleno José Bezerra, presidente do sindicato, porém, é que novos acordos sejam realizados hoje. Só na segunda os sindicalistas deverão programar novas paralisações.
"A nossa idéia é fechar hoje acordos com as empresas que estão em greve e começar a parar outras a partir de segunda", diz Bezerra. O sindicato reivindica a reposição da inflação de novembro de 2002 a fevereiro deste ano (de 10,39% pelo INPC, do IBGE). A estratégia é parar empresa por empresa porque a entidade não conseguiu fechar um acordo coletivo com os empresários.
"Esses dois dias nos mostraram que os empresários estão entendendo as dificuldades dos trabalhadores. As empresas são mais sensíveis do que as instituições que as representam." Bezerra se refere às recentes declarações de Clarice Messer (Fiesp) de que os sindicatos tinham de escolher entre reajuste de salário e demissão.
Nas negociações com as empresas, diz Bezerra, os empresários estão entendendo que é melhor ter na fábrica um funcionário satisfeito -e, portanto, mais produtivo. "O fato é que estamos fechando mais acordo do que imaginávamos."
Dráusio Rangel, coordenador de negociação do Sindipeças (autopeças), do Sindiforja (forjarias) e do Sinpa (parafusos), informa que as empresas não vão aceitar a antecipação do reajuste nos salários dos empregados.
"Os aumentos de custos de insumos já estão no limite. Se formos forçados a reajustar os salários, vai haver demissão. Mas as indústrias que têm condições de pagar mais para os empregados estão livres para fazer isso."


Texto Anterior: Renda sofre queda pelo 3º mês seguido
Próximo Texto: Pobreza relativa: Brasil cai para 12ª lugar no PIB em dólares
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.