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Indústria de SP sinaliza desaceleração
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
A indústria paulista começa a
registrar sinais de que seu crescimento em 2003 será bastante limitado. O desempenho das empresas em fevereiro ficou 2,3%
acima do do mesmo mês do ano
passado, mas teve queda de 0,3%
em relação a janeiro de 2003.
Os dados foram divulgados ontem por Clarice Messer, diretora
da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Em
janeiro deste ano, o INA (Indicador do Nível de Atividade), que
mostra o desempenho das empresas, havia registrado avanço de
4,3% em comparação ao mesmo
mês de 2002.
"O crescimento menor do INA
em fevereiro mostra que houve
excesso de encomendas para a indústria em janeiro", disse Messer.
Ou seja, o comércio e as indústrias
que compraram insumos de outras fábricas estavam com excesso
de estoques em fevereiro e trataram de desová-los.
Messer traçou o cenário atual da
indústria. A política de juros altos
do governo e o baixo poder aquisitivo da população têm impedido um crescimento das vendas internas. São as exportações que estão sustentando o crescimento,
mas isso está comprometido pela
falta de investimentos na expansão da produção das indústrias.
"A maioria dos setores exportadores está com sua capacidade de
produção quase no limite." As incertezas sobre o cenário mundial,
como a duração da guerra, têm levado empresários a adiar investimentos para a ampliação da capacidade de suas fábricas.
As indústrias de papel e celulose, por exemplo, estão usando
89,1% da capacidade. Ou seja, estão quase no limite. "Uma indústria têxtil precisa de seis meses a
um ano de investimentos para aumento de sua capacidade. No caso
da celulose, isso pode levar quatro
anos."
A indústria paulista deve crescer em 2003, diferentemente da
queda de 1,3% registrada no ano
passado em relação a 2001.
"Mas o andar da carruagem será
devagar", disse Messer, que não
arriscou prever qual será o índice
de 2003. Setores específicos da indústria estão indo bem, como as
empresas do segmento mecânico
(máquinas).
Elas registraram aumento de
3,6% em fevereiro sobre o mesmo
mês de 2002. Isso porque muitas
indústrias têm comprado máquinas brasileiras e substituído as
importadas, que estão mais caras.
Já a indústria de plástico amargou redução de 6,9%, pois as
construtoras estão encomendando menos tubos de PVC.
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