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São Paulo, sexta-feira, 28 de março de 2003

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Indústria de SP sinaliza desaceleração

LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria paulista começa a registrar sinais de que seu crescimento em 2003 será bastante limitado. O desempenho das empresas em fevereiro ficou 2,3% acima do do mesmo mês do ano passado, mas teve queda de 0,3% em relação a janeiro de 2003.
Os dados foram divulgados ontem por Clarice Messer, diretora da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Em janeiro deste ano, o INA (Indicador do Nível de Atividade), que mostra o desempenho das empresas, havia registrado avanço de 4,3% em comparação ao mesmo mês de 2002.
"O crescimento menor do INA em fevereiro mostra que houve excesso de encomendas para a indústria em janeiro", disse Messer. Ou seja, o comércio e as indústrias que compraram insumos de outras fábricas estavam com excesso de estoques em fevereiro e trataram de desová-los.
Messer traçou o cenário atual da indústria. A política de juros altos do governo e o baixo poder aquisitivo da população têm impedido um crescimento das vendas internas. São as exportações que estão sustentando o crescimento, mas isso está comprometido pela falta de investimentos na expansão da produção das indústrias.
"A maioria dos setores exportadores está com sua capacidade de produção quase no limite." As incertezas sobre o cenário mundial, como a duração da guerra, têm levado empresários a adiar investimentos para a ampliação da capacidade de suas fábricas.
As indústrias de papel e celulose, por exemplo, estão usando 89,1% da capacidade. Ou seja, estão quase no limite. "Uma indústria têxtil precisa de seis meses a um ano de investimentos para aumento de sua capacidade. No caso da celulose, isso pode levar quatro anos."
A indústria paulista deve crescer em 2003, diferentemente da queda de 1,3% registrada no ano passado em relação a 2001.
"Mas o andar da carruagem será devagar", disse Messer, que não arriscou prever qual será o índice de 2003. Setores específicos da indústria estão indo bem, como as empresas do segmento mecânico (máquinas).
Elas registraram aumento de 3,6% em fevereiro sobre o mesmo mês de 2002. Isso porque muitas indústrias têm comprado máquinas brasileiras e substituído as importadas, que estão mais caras.
Já a indústria de plástico amargou redução de 6,9%, pois as construtoras estão encomendando menos tubos de PVC.


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