|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
País "vai ter de engolir"
grão ilegal, critica Idec
DA REPORTAGEM LOCAL
O Idec (Instituto de Defesa do
Consumidor) encaminhou ontem uma carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O conteúdo é repleto de críticas à
decisão do governo de liberar a
comercialização de soja transgênica no mercado brasileiro.
As principais reivindicações do
instituto são a reformulação da
medida provisória para permitir
que a soja seja escoada apenas para o mercado externo e a definição de regras para a rotulagem de
produtos transgênicos.
"Por que o governo se preocupou tanto com os agricultores infratores e não com a população
brasileira, que nada fez de errado
e terá que engolir a soja transgênica plantada ilegalmente no Rio
Grande do Sul?", diz o primeiro
item do documento.
O texto da carta também questiona quais serão os mecanismos
adotados pelo governo federal para verificar o cumprimento das
medidas de rotulagem dos transgênicos determinadas pela medida provisória.
Outra dúvida suscitada pelo
Idec diz respeito à segurança do
consumo de produtos que contenham substâncias geneticamente
modificadas. "O governo federal
vai determinar que as autoridades
competentes realizem avaliação
prévia de riscos à saúde? Quando:
imediatamente ou após a comercialização e o consumo de transgênicos pela população?", questiona o documento.
Na avaliação do instituto, a liberação do comércio da safra -que
até antes do anúncio da MP era
ilegal- pode abrir uma brecha
para que no futuro o plantio de
transgênicos seja liberado em caráter permanente.
O Idec moveu uma ação civil
pública contra a liberação dos
transgênicos em 1998. Na época, a
Monsanto, multinacional que detém a patente da soja transgênica
RR, enviou um pedido de liberação do plantio comercial do produto à CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança). O
parecer foi favorável à empresa,
mas o Idec e o Greenpeace conseguiram uma liminar para suspender o plantio.
Atualmente, a ação aguarda julgamento na segunda instância.
Texto Anterior: Marina pode ficar com "liberação" de plantio Próximo Texto: Qualidade Índice
|