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Bovespa acompanha Nova York e recua 1,06%
PIB e resultados de empresas
nos EUA desanimam investidor
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de três dias operando
"descolada" da Bolsa de Nova
York, a Bovespa voltou a acompanhar o movimento em Wall
Street e caiu 1,06% ontem, para
60.761 pontos. "Era natural que
houvesse mesmo uma realização de lucros após várias sessões de alta", comenta o consultor financeiro e professor
Ricardo Fontes. O dólar comercial teve elevação de 0,52%,
vendido a R$ 1,736.
O índice Dow Jones, o principal da Bolsa nova-iorquina, recuou 0,97%. A confirmação de
que o PIB dos EUA cresceu
apenas 0,6% no último trimestre do ano passado, segundo o
Departamento do Comércio,
deixou os investidores desalentados. Em fevereiro, o mesmo
número já havia sido divulgado
como estimativa, e a ratificação
ajuda a validar as opiniões segundo as quais a economia
americana está entrando em
recessão.
Más notícias vindas de empresas também contribuíram
para o mau humor. A Oracle informou que os seus lucros por
ação no terceiro trimestre fiscal cresceram 30%, para US$
0,26, mas ficaram abaixo do
que o mercado esperava. Além
disso, uma consultoria divulgou relatório segundo o qual o
número de cliques em links pagos no Google cresceu apenas
3,1% no último mês, um avanço
desapontador. Assim, a Nasdaq
(onde se negocia ações de empresas de tecnologia) teve baixa
de 1,87% ontem.
"Não acredito que haja um
descolamento de Nova York.
Nenhuma economia com um
bom grau de abertura pode ignorar o que acontece na maior
potência mundial", ressalta
Fontes. "Com a desaceleração
dos EUA, o Brasil nem vai perceber tanto em um primeiro
momento, porém certamente
será afetado por uma redução
no fluxo de investimento estrangeiro, pois os outros países
também sentirão o baque do
desaquecimento americano.
Sofreremos menos do que
aconteceria anos atrás, mas sofreremos."
Juros
A divulgação do Relatório de
Inflação do Banco Central, pela
manhã, serviu para acomodar
as expectativas do mercado sobre pressões de preços e uma
elevação da Selic pela autoridade monetária. O que foi dito era
o que investidores e analistas
previam e já havia sido colocado há duas semanas, na ata da
última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do
BC). "Não surpreendeu", frisa
Fontes.
Desde que a instituição sinalizou, no documento, que pode
aumentar a taxa, as expectativas dos analistas em relação à
Selic e à inflação foram alteradas -a previsão é de um aumento de preços maior e de antecipação da volta do ciclo de
elevação dos juros-, porém
elas agora se encontram estabilizadas nesse patamar e não encontram motivos adicionais
para se alterarem.
"A perspectiva de uma alta de
juros provoca uma reavaliação
dos preços das ações porque,
dessa maneira, sobe o custo de
capital para as empresas. No
entanto, essa readequação já
havia sido feita", afirma Fontes.
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