São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 2000


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O FIM DE UMA ERA
Instituição, de 155 anos, terá apenas leilões de privatização e de títulos públicos
Bolsa do Rio faz hoje o último pregão

Ana Carolina Fernandes - 28.jan.2000/Folha Imagem
O presidente da Bolsa, Carlos Alberto Reis, na atual sede


da Sucursal do Rio

Após 155 anos de operações, a BVRJ (Bolsa de Valores do Rio de Janeiro) realiza hoje o último pregão do mercado de ações no Rio. A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) passará a centralizar todo o mercado acionário, já a partir de terça.
A BVRJ continuará funcionando, mas apenas para fazer leilões de privatização e para negociar títulos públicos. A instituição aguarda a regulamentação do Banco Central, que deve sair em 60 dias, autorizando a negociação de títulos públicos em Bolsa.
De janeiro a abril de 2000, a BVRJ negociou mais de R$ 4,686 bilhões ao longo de 62 pregões, incluindo os leilões de privatização. Somente em privatizações, neste período, foi movimentado mais de R$ 1,781 bilhão.
Em 1999 aconteceram 246 pregões e foram negociados mais de R$ 10,683 bilhões. As privatizações representaram mais R$ 956,164 milhões.
Fundada a partir da regulamentação da profissão de corretor de fundos públicos, em junho de 1845, a BVRJ é a mais antiga instituição do tipo no país.
Em 15 de novembro de 1899, na Proclamação da República, foram lançadas ações de todo tipo de companhia no mercado. A política de desenvolvimento do então ministro da Fazenda, Rui Barbosa, alimentou a demanda por papéis.
Nas primeiras três décadas do século 20, a economia do país estava baseada no café. O governo tinha interesse na BVRJ pela liquidez que proporcionava aos títulos da dívida interna, assim como pelo monitoramento que exercia sobre a taxa de câmbio.
Em março de 1964, a BVRJ passou pelas mais profundas transformações em toda a sua história. No final daquele ano foi instituída a Lei da Reforma Bancária, criando os primeiros órgãos regulatórios sobre a Bolsa e os corretores: o CMN e o BC.
A explosão das Bolsas, em 1971, atraiu uma verdadeira multidão de investidores ansiosos. O fenômeno se prolongou até a metade do ano, quando o preço das ações começou a cair.
A BVRJ começou a ficar esvaziada com o episódio do investidor Naji Nahas, que em junho de 1989 passou vários cheques sem fundos e causou um rombo de US$ 400 milhões.


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