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CUT e Força Sindical dividem patrocínio no 1º de Maio
CLAUDIA ROLLI
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
A disputa entre CUT (Central
Única dos Trabalhadores) e Força
Sindical, as duas maiores centrais
sindicais do país, para comemorar o 1º de Maio dividiu os patrocinadores da festa do trabalhador.
Os eventos das duas centrais vão
custar R$ 5,2 milhões e devem
reunir 2 milhões de pessoas.
Neste ano, a CUT decidiu profissionalizar a sua festa, que vai
acontecer na avenida Paulista.
Contratou o marqueteiro André
Guimarães, que, por seis anos,
criou as tradicionais megafestas
da Força, marcadas por shows e
sorteios de carros e apartamentos.
Até ontem, a CUT havia conseguido o patrocínio de 15 empresas, como Telefônica, Nestlé, Casas Bahia, TAM, Petrobras e Caixa
Econômica Federal.
A estimativa de Guimarães, dono da Fun Prime, que realiza a festa da central em parceria com a
empresa Cape, é que o evento vá
custar cerca de R$ 3,5 milhões.
Nesse valor estão incluídos também quatro shows e ações de cidadania (prestação de serviços)
realizados desde o início deste
mês pela CUT em diferentes regiões da cidade de São Paulo.
No ano passado, a CUT foi mais
modesta nas comemorações.
Gastou R$ 250 mil em eventos
descentralizados, patrocinados
por sindicatos e sedes regionais.
Só a comemoração do 1º de Maio
deve custar neste ano entre R$ 1,7
milhão e R$ 1,8 milhão.
"A CUT não vai gastar nada. Os
patrocinadores vão bancar os
shows", afirma Guimarães.
Os artistas que acertaram participação no evento da central são:
Leonardo, Daniel, Sandy e Junior,
Jorge Aragão e Fundo de Quintal.
Todos levarão convidados. Martinho da Vila será recebido no palco por Jorge Aragão. Lecy Brandão, pelo Fundo de Quintal. Os
shows serão ao vivo e vão durar
cerca de uma hora.
A Força Sindical, que comemora há quatro anos o 1º de Maio na
praça Campo de Bagatelle, zona
norte de São Paulo, mantém sua
estratégia de shows e sorteios para
atrair os trabalhadores.
Conseguiu o patrocínio de cerca
de 12 empresas, como TIM, Santander/Banespa, Embraer, Telefônica, TAM e AmBev.
Vai levar ao palco 30 artistas, como Chitãozinho e Xororó, Bruno
e Marrone, Alexandre Pires, KLB
e Daniel.
"Os patrocinadores bancam a
festa, que vai custar cerca de R$
1,7 milhão, metade do que gastamos no ano passado", afirma
Paulo Pereira da Silva, o Paulinho,
presidente da Força Sindical.
Para garantir a presença do público, só quem estiver presente vai
levar carros, apartamentos e bolsas de estudos que serão distribuídos durante a festa.
"Quem for sorteado e não aparecer no local não recebe o prêmio. Isso faz parte da regra", afirma Paulinho.
Alguns patrocinadores são exclusivos de cada uma das centrais
-caso da Claro e do banco Santos, que apóiam a festa da CUT, e
da TIM e do banco Santander/Banespa, que apóiam a Força.
As estatais dividiram o patrocínio às duas centrais. A Caixa Econômica Federal deu R$ 300 mil
para a CUT e R$ 200 mil para a
Força, informam as centrais.
No caso da Petrobras, foram
cerca de R$ 500 mil para as duas
centrais - de R$ 200 mil a R$ 300
mil para a CUT e R$ 250 mil para
a Força, que recebe apoio da estatal desde 2000.
O patrocínio do setor público já
havia sido usado no ano passado
para as comemorações de 20 anos
da central e para o 8º Congresso
Nacional da CUT, que elegeu Luiz
Marinho presidente da entidade.
A Casas Bahia, que optou em
patrocinar os dois eventos pela
primeira vez neste ano, não comenta valores. A Folha apurou
que foram R$ 300 mil para a CUT
-incluindo os eventos anteriores- e R$ 150 mil para a Força
Sindical. A rede informa que tem
interesse nos dois shows porque
eles são populares.
O público que participa deles é
formado por trabalhadores que
têm o perfil dos clientes de suas
lojas. Mesmo caso da AmBev, que
vai apoiar os shows das duas centrais com a marca Brahma.
Na TAM, 80% dos patrocínios
vêm em forma de passagens aéreas. Para a Força, foram R$ 130
mil -sendo R$ 100 mil em passagens. Para a CUT, foram R$ 450
mil -sendo R$ 350 mil em viagens e R$ 100 mil em dinheiro.
A Telefônica, segundo a Folha
apurou, deu o mesmo valor -R$
300 mil- para cada uma delas.
"Não há contradição entre o
discurso atual da CUT e o do passado. A central decidiu que era
necessário modernizar a comemoração. A CUT, como maior
central do país, precisa se aproximar da população, dos jovens e
não falar somente para seus militantes", afirma Carlos Aberto
Grana, coordenador do 1º de
Maio e diretor da central.
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