São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 2006

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INVESTIMENTOS

Brasil perde para China e Índia em atratividade, na opinião de presidentes de grandes empresas de 45 países

País é 3º na rota de investidores, diz estudo

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

China, Índia e Brasil são, nessa ordem, prioridade para investimentos de 2006 a 2008 na análise de 1.410 presidentes de grandes empresas de 45 países, segundo pesquisa divulgada ontem. A maior disposição em gastar dinheiro aqui não tem relação, porém, com aumento da concorrência local. Apenas 13% dos empresários estrangeiros crêem que companhias brasileiras de peso devam despontar nos próximos três anos e incomodar o mercado, forçando maiores investimentos, conclui o relatório da consultoria PricewaterhouseCoopers.
Baixo crescimento econômico, instabilidades na política cambial, legislação tributária asfixiante e excesso de regulamentação dos mercados trava o desenvolvimento das empresas brasileiras e as torna menos competitivas.
Portanto, uma possível ampliação nos investimentos locais, como destaca a pesquisa, não tem relação com o aumento da concorrência na região. O principal atrativo ainda é a oportunidade de acesso a novos clientes. Ou seja, ao mercado consumidor. Para 76% deles, esse ponto é decisivo no momento da definição do país como destino de recursos.
Esperava-se uma resposta diferente. O próprio relatório informa que acreditava na escolha do Brasil como fruto do processo de corte nos custos globais das companhias. Mercados emergentes podem ser mais "econômicos".
Pelo relatório, o país é a terceira opção de investimentos na análise dos 1.410 empresários, com 33% das intenções, perdendo para China (55%) e Índia (36%), informa a segunda edição da pesquisa. Na primeira edição, a questão não foi tratada. "Concorremos diretamente com chineses e indianos e, nesse cenário, é preciso ficar claro que aquilo que tínhamos no passado, como vantagens competitivas, não podem ser mais classificadas dessa forma. Recursos naturais ou mão-de-obra barata deixaram de ser diferenciais, e não estamos conseguindo desenvolver novos atrativos", diz Fernando Alves, presidente da Price.
Para 68% dos entrevistados, os investimentos no Brasil devem aumentar em 2006. Outros 23% acreditam que ficam estáveis e para 8% irão cair -1% não opinou.
Quanto ao ingresso de investimento estrangeiro direto no país em 2006, a estimativa está em US$ 18 bilhões, diz o Banco Central -foram US$ 16 bilhões em 2005. Logo, é preciso que o país receba, em média, US$ 1,5 bilhão ao mês.


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