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INVESTIMENTOS
Brasil perde para China e Índia em atratividade, na opinião de presidentes de grandes empresas de 45 países
País é 3º na rota de investidores, diz estudo
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
China, Índia e Brasil são, nessa
ordem, prioridade para investimentos de 2006 a 2008 na análise
de 1.410 presidentes de grandes
empresas de 45 países, segundo
pesquisa divulgada ontem. A
maior disposição em gastar dinheiro aqui não tem relação, porém, com aumento da concorrência local. Apenas 13% dos empresários estrangeiros crêem que
companhias brasileiras de peso
devam despontar nos próximos
três anos e incomodar o mercado,
forçando maiores investimentos,
conclui o relatório da consultoria
PricewaterhouseCoopers.
Baixo crescimento econômico,
instabilidades na política cambial,
legislação tributária asfixiante e
excesso de regulamentação dos
mercados trava o desenvolvimento das empresas brasileiras e as
torna menos competitivas.
Portanto, uma possível ampliação nos investimentos locais, como destaca a pesquisa, não tem
relação com o aumento da concorrência na região. O principal
atrativo ainda é a oportunidade
de acesso a novos clientes. Ou seja, ao mercado consumidor. Para
76% deles, esse ponto é decisivo
no momento da definição do país
como destino de recursos.
Esperava-se uma resposta diferente. O próprio relatório informa
que acreditava na escolha do Brasil como fruto do processo de corte nos custos globais das companhias. Mercados emergentes podem ser mais "econômicos".
Pelo relatório, o país é a terceira
opção de investimentos na análise
dos 1.410 empresários, com 33%
das intenções, perdendo para
China (55%) e Índia (36%), informa a segunda edição da pesquisa.
Na primeira edição, a questão não
foi tratada. "Concorremos diretamente com chineses e indianos e,
nesse cenário, é preciso ficar claro
que aquilo que tínhamos no passado, como vantagens competitivas, não podem ser mais classificadas dessa forma. Recursos naturais ou mão-de-obra barata deixaram de ser diferenciais, e não
estamos conseguindo desenvolver novos atrativos", diz Fernando Alves, presidente da Price.
Para 68% dos entrevistados, os
investimentos no Brasil devem
aumentar em 2006. Outros 23%
acreditam que ficam estáveis e para 8% irão cair -1% não opinou.
Quanto ao ingresso de investimento estrangeiro direto no país
em 2006, a estimativa está em US$
18 bilhões, diz o Banco Central
-foram US$ 16 bilhões em 2005.
Logo, é preciso que o país receba,
em média, US$ 1,5 bilhão ao mês.
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