São Paulo, quarta-feira, 28 de abril de 2010

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Copom tomará decisão técnica, diz Meirelles

Eventual aumento dos juros não significa uma alteração na política monetária, afirma presidente do BC

EDUARDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Poucas horas antes do início da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou que as decisões do colegiado são baseadas apenas em critérios técnicos. Reforçou ainda que os diretores que compõem o colegiado tomam suas decisões individualmente.
De acordo com Meirelles, a definição da taxa de juros não tem nenhuma relação com motivações políticas.
"Buscam-se motivações: "uma decisão foi por motivação política, outra foi tomada para recuperar credibilidade", quando, na realidade, a credibilidade do BC hoje é reconhecida mundialmente. O BC não precisa provar nada para ninguém", afirmou Meirelles durante a cerimônia de posse do novo diretor de Assuntos Econômicos da instituição, Luiz Awazu Pereira, ontem.
Segundo ele, a independência dos membros do comitê pode, inclusive, proporcionar uma derrota ao presidente do BC em qualquer votação. Para Meirelles, as diversas especulações a respeito do processo de decisão do colegiado, comuns no período que antecede a reunião que dura dois dias, não passam de ficção.
"Quando muitas vezes discute-se a dinâmica do Copom, eu disse [a um diretor]: leia e aproveite como quando você está lendo algo que você sabe que é uma peça de ficção literária. Leve a sério apenas os comentários sérios e as informações sérias", completou.
Pelas expectativas do mercado, o colegiado deve anunciar hoje após as 18h um aumento de 0,75 ponto percentual na taxa Selic, que subiria para 9,5% ao ano. O presidente do BC, no entanto, voltou a afirmar que um eventual aumento dos juros não significa uma alteração na política monetária.
Nas últimas semanas, Meirelles reiteradamente afirmou que o aumento da taxa para conter a alta da inflação faz parte do ciclo econômico, mas que no longo prazo a tendência é de redução. "Engana-se, portanto, quem considera que possa haver uma mudança de orientação nessa administração. Não houve e não haverá", disse.


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