|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AVIAÇÃO
Empresa teria divergências com a Vasp e a Transbrasil; pode haver aumento no intervalo entre vôos SP-Rio
Varig deixará de operar na ponte aérea
ANNA LEE
CRISTINA GRILLO
da Sucursal do Rio
A Varig vai deixar o "pool" de
empresas que opera a ponte aérea
Rio-São Paulo. A decisão deverá
ser anunciada hoje pelo presidente
da empresa, Fernando Pinto.
O DAC (Departamento de Aviação Civil) afirma ainda não ter sido comunicado da decisão, mas
um dos acionistas da Varig ouvido
pela Folha confirmou a informação.
De acordo com o acionista, a Varig decidiu deixar o "pool" por
divergências com a Vasp e a
Transbrasil -as duas empresas
com as quais divide a operação da
ponte aérea.
A decisão irá afetar o funcionamento de um dos principais meios
de ligação entre as duas maiores
cidades do país. A expectativa é
que possa haver um aumento no
intervalo entre os vôos. Hoje, a cada 45 minutos, um avião da ponte
aérea sai do Rio e de São Paulo.
A Varig está insatisfeita principalmente com o atendimento em
terra aos passageiros. Vasp e
Transbrasil teriam demitido funcionários, o que estaria sobrecarregando a Varig.
Atualmente, a Varig faz metade
dos cerca de 60 vôos diários da
ponte aérea. A Vasp realiza 30%
dos vôos, e a Transbrasil, os restantes. A arrecadação é dividida de
acordo com essas porcentagens.
Além de anunciar a saída da Varig do "pool", Fernando Pinto
deverá apresentar hoje um plano
de reduções nas tarifas.
Com a virtual saída da Varig do
grupo de empresas que opera a
ponte aérea, a Transbrasil poderá
propor à Vasp um remanejamento
nos horários, de acordo com o diretor de divulgação e imprensa da
empresa, Jorge Honório.
"Ainda não fomos comunicados de nenhuma decisão, por isso
estamos pensando apenas em hipóteses", afirmou.
Para Honório, a saída da Varig
irá prejudicar os usuários. "Se cada um fizer o seu horário, todos
vão querer aqueles com maior frequência. Ninguém vai querer colocar um vôo às 15h, quando quase ninguém viaja", explicou.
Atualmente a ponte aérea opera
com sete aviões -quatro deles são
da Varig. Caso a Vasp e a Transbrasil não decidam colocar mais
aviões na rota Rio-São Paulo, o
serviço passaria a funcionar com
apenas três aeronaves.
Honório afirmou ainda não poder falar em uma possível mudança nas tarifas aéreas. "Tudo é uma
questão de mercado. Vamos esperar o movimento do outro lado."
O ministro José Botafogo Gonçalves (Indústria, Comércio e Turismo) disse na Firjan (Federação
das Indústrias do Rio de Janeiro)
que não foi comunicado da decisão da Varig de deixar o "pool".
Ele afirmou não acreditar que isso possa levar a um aumento das
tarifas ou à redução do tráfego.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|