São Paulo, terça, 28 de abril de 1998

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AVIAÇÃO
Empresa teria divergências com a Vasp e a Transbrasil; pode haver aumento no intervalo entre vôos SP-Rio
Varig deixará de operar na ponte aérea

ANNA LEE
CRISTINA GRILLO

da Sucursal do Rio

A Varig vai deixar o "pool" de empresas que opera a ponte aérea Rio-São Paulo. A decisão deverá ser anunciada hoje pelo presidente da empresa, Fernando Pinto.
O DAC (Departamento de Aviação Civil) afirma ainda não ter sido comunicado da decisão, mas um dos acionistas da Varig ouvido pela Folha confirmou a informação.
De acordo com o acionista, a Varig decidiu deixar o "pool" por divergências com a Vasp e a Transbrasil -as duas empresas com as quais divide a operação da ponte aérea.
A decisão irá afetar o funcionamento de um dos principais meios de ligação entre as duas maiores cidades do país. A expectativa é que possa haver um aumento no intervalo entre os vôos. Hoje, a cada 45 minutos, um avião da ponte aérea sai do Rio e de São Paulo.
A Varig está insatisfeita principalmente com o atendimento em terra aos passageiros. Vasp e Transbrasil teriam demitido funcionários, o que estaria sobrecarregando a Varig.
Atualmente, a Varig faz metade dos cerca de 60 vôos diários da ponte aérea. A Vasp realiza 30% dos vôos, e a Transbrasil, os restantes. A arrecadação é dividida de acordo com essas porcentagens.
Além de anunciar a saída da Varig do "pool", Fernando Pinto deverá apresentar hoje um plano de reduções nas tarifas.
Com a virtual saída da Varig do grupo de empresas que opera a ponte aérea, a Transbrasil poderá propor à Vasp um remanejamento nos horários, de acordo com o diretor de divulgação e imprensa da empresa, Jorge Honório.
"Ainda não fomos comunicados de nenhuma decisão, por isso estamos pensando apenas em hipóteses", afirmou.
Para Honório, a saída da Varig irá prejudicar os usuários. "Se cada um fizer o seu horário, todos vão querer aqueles com maior frequência. Ninguém vai querer colocar um vôo às 15h, quando quase ninguém viaja", explicou.
Atualmente a ponte aérea opera com sete aviões -quatro deles são da Varig. Caso a Vasp e a Transbrasil não decidam colocar mais aviões na rota Rio-São Paulo, o serviço passaria a funcionar com apenas três aeronaves.
Honório afirmou ainda não poder falar em uma possível mudança nas tarifas aéreas. "Tudo é uma questão de mercado. Vamos esperar o movimento do outro lado."
O ministro José Botafogo Gonçalves (Indústria, Comércio e Turismo) disse na Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) que não foi comunicado da decisão da Varig de deixar o "pool".
Ele afirmou não acreditar que isso possa levar a um aumento das tarifas ou à redução do tráfego.



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